19/09/2024

As tabelas salariais da Associação, do Sindicato e do TJSC



          Sindicato e Associações construíram duas tabelas salariais próprias para apresentar para o Tribunal de Justiça e para a categoria. As duas tabelas são ótimas, não temos do que reclamar da qualidade das proposituras feitas tanto pelas associações como pelo sindicato. Qualquer uma das duas poderia ser aprovada que a categoria, com toda a certeza, ficaria plenamente satisfeita. Mas a pergunta que fica é: e qual a tabela que o TJ vai apresentar?

          Para cargos de nível médio (vou usar este grupo pois é o mais numeroso), na tabela do Sindicato, o cargo de nível médio inicia com o valor de R$ 6.004,38 e termina com R$ 14.149,71. Foi implementado um ganho real de 5% na base e avanços com 1,3% por referência, mantendo-se 30 referências. Na tabela da ATJ o cargo de nível médio inicia com o valor de R$ 14.080,94 e termina com o valor de R$ 23.334,53. Diz no texto que foi implementado um ganho real de 7% (não consegui fazer esse cálculo), com avanços percentuais variáveis, aumentando o número de referências de 30 para 50. Já o TJSC tem uma tabela salarial atual para cargos de nível médio que começa em R$ 5.718,57 e termina com R$ 8.666,87, e com apenas 30 referências, sobre a proposta da administração não há qualquer referência.

          Qual tabela irá vingar? Essa pergunta está na cabeça de cada um de nós trabalhadores que atua no judiciário. Há pontos fortes e fracos em cada uma delas, senão vejamos. A tabela do sindicato é mais barata, beneficia ativos e aposentados, mas não cria uma perspectiva de crescimento, com mais referências, o que eu acredito que seja o que o Tribunal procure. A tabela das Associações é bem mais cara (muito mais), e será que os aposentados serão reenquadrados na “nova última referência”, ou ficarão no meio do caminho? Afinal, mesmo com ganhos ao se criar um “novo final”, cria-se também uma sensação de perda para quem já estava na última referência. E o que quer o Tribunal?

          Tendo trabalhado alguns anos no RH do Tribunal de Justiça, a gente repara que o TJ quer criar mais referências, afinal, chega-se muito rápido ao final da carreira (coisa de 15 anos para quem faz vários cursos), ou seja, parece que o TJ quer criar mais 10 ou 15 referências em uma nova tabela salarial. Nesse mesmo pensamento, vai tentar bloquear o avanço rápido que existe hoje para um avanço mais lento, como existe em outros órgãos no Brasil. Nessa lógica ainda, vai lançar ao mar os aposentados, afinal, nunca vi o TJ querer reenquadrar numa última letra o pessoal que já deu seu sangue e vida pela instituição. Mas essa é a leitura de quem já viu muita coisa e espero, sinceramente, estar errado com esta leitura.

          Sindicato e associações podem criar as tabelas que acharem as melhores do mundo. Cada qual com seus interesses e finalidades, mas bom lembrar que quem tem legitimidade para representar a categoria é o sindicato que, ao menos fez uma assembleia para aprovar o projeto, enquanto as Associações tiraram essa nova proposta não sei da onde, mas com certeza, de forma autoritária. Ouvi também dizer que o TJ quer encaminhar isso até o final do ano para a Assembleia Legislativa. Bom, já estamos em setembro e faltam 3 meses para a conclusão do ano e sinceramente, vou ficar surpreso se qualquer novo projeto for acordado, aprovado no Conselho de Gestão, no Pleno do TJSC, ser encaminhado para a ALESC, passar pela CCJ, pela Comissão de Finanças e Comissão de Serviço Público e ser aprovado no Plenário da casa. Para isso acontecer, somente com muita mobilização da categoria, articulação com o TJ e apoio forte na Assembleia Legislativa.

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