16/10/2014

ATJ se afasta da democracia, bloqueia comentários e só aceita na associação quem quer

     A democracia é algo frágil, caro, difícil de ser mantido e mais ainda ampliado. Toda manutenção ou aumento da democracia que se conquista deve ser celebrada. Espaços para debater, para discutir, para expor suas dúvidas e sugestões são fundamentais para a transparência e o processo democrático. Infelizmente algumas instituições, talvez por medo ou falta de política, abandonam o processo democrático e excluem de suas vidas as críticas e questionamentos. Os faz pensar que não escutando ou possibilitando a crítica passam a estar sempre certos. É esse, infelizmente, o caso da Associação dos Técnicos Judiciário Auxiliares – ATJ.

     No próprio estatuto, construído em 2010, já se percebe o cheiro da “ditadura associativa”. Na verdade, para uma entidade que se diz “representante” da categoria dos Técnicos Judiciário Auxiliares, o artigo 5º demonstra na verdade a constituição de um “clube”.

     “Art. 5º - A admissão de associado far-se-á mediante pedido do próprio interessado, via ficha de filiação, que conterá sua caracterização pessoal e profissional e será submetida à apreciação da diretoria executiva, que o aprovará ou rejeitará, por voto secreto. (grifo meu)”

     Ou seja, a associação só aceitará em seus quadros aqueles que a “Diretoria” aceitar que sejam. Representam então eles mesmos, e não uma categoria como se quis fazer pensar. A diretoria é quem decidirá quem pode ou não ser sócio desta entidade, quem poderá votar. É um “Clube do Bolinha”, vamos assim dizer.

     Mas não para por aí. O mural de recados, que antes era o espaço onde “todos” poderiam se manifestar ficou fora do ar por quase cinco meses. Lá o anonimato, infelizmente, possibilitava o xingamento, mas também possibilitava o questionamento sobre as ações da própria diretoria, que de forma indevida não se considerava responsável pelo que ali se postava (mas aceitava tranquilamente o achincalhamento de certas pessoas).

     O mural voltou a aparecer na página da referida associação no último dia 19 de agosto. Assim, passados quase dois meses estão postadas 5 (cinco) – isso mesmo eu disse cinco – mensagens de colegas. Mas o mais interessante é que apesar de convidarem na própria página (“...deixe sua sugestão, recomendação ou crítica, somente assuntos relacionados à ATJSC serão publicados. Para deixar recado o usuário precisa estar logado na área restrita, somente usuários com e-mail do TJ podem se cadastrar, seja educado evite palavrões e desrespeito aos colegas, o sistema grava o IP de cada usuário, usuários com má conduta serão banidos do portal”) o administrador do mural não permite críticas.

     Mesmo cumprindo todas as exigências propostas no mural, o administrador do site tem bloqueado o IP de várias máquinas. A mensagem é clara, fria e parece mais um cerceamento de discussão: “Seu endereço de IP foi bloqueado por um administrador, portanto, você não tem permissão para publicar mensagens!” Não é explicado qual o motivo do bloqueio da mensagem. Não é dado o direito de resposta. Infelizmente, fogem da democracia que dizem pregar.

     A democracia é cara, frágil e precisa ser protegida e ampliada. Ela é difícil de ser implementada. E geralmente quando há medo do debate e das críticas, quem perde é a categoria.

Um comentário:

  1. A ATJ não é e nunca foi ASSOCIAÇÃO DOS TÉCNICOS JUDICIÁRIOS AUXILIARES, A ATJ é ASSOCIAÇÃO DOS TÉCNICOS JURÍDICOS!!!!!!!! Técnicos Jurídicos era uma categoria de nível superior que existia apenas no TJSC, que foi extinta, ou seja, o cargo passou a ser chamado de ANALISTA JURÍDICO. Não existe qualquer associação de TJA'S....

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