21/09/2016

Sou velho mas não sou bobo...

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          Replico aqui do Facebook o texto do amigo Luizinho, colega que sempre me ensinou muito no SINJUSC:

          "Sempre disse que o auxílio-alimentação pago aos servidores aposentados só não era uma injustiça inteira pois era uma injustiça feita pela metade. Afinal de contas alguns magistrados diziam que apesar de ser "ilegal" este pagamento, eles "deixavam pagar" pois sabiam que fazia falta aquele dinheiro no nosso bolso. Uma justiça pela metade, afinal de contas, também é uma injustiça pela metade.

          Ao terem tirado o nosso auxílio-alimentação no final do ano passado (2015), resolveram deixar de fazer uma injustiça pela metade e a cumprir uma injustiça inteira, afinal de contas o dinheiro que eu recebia não vinha com um carimbo, vinha era dinheiro na minha conta pra eu pagar minhas dívidas. E agora? Como fica este "um ano" que eu deixe de receber a minha "meia injustiça"? Onde foram parar esses R$ 5.000,00? Foram pros 32 novos Desembargadores?

          Surge agora o "auxílio-médico social". Exatamente nos mesmos valores do corte realizado, mas menos da metade do auxílio-alimentação atual, ou seja, já começam nos lesando mais ainda do que já éramos lesados e com um atrasado de R$ 5.000,00. É aquela famosa história, nos tiram com uma mão para nos dar (e menos) com a outra.

          Já não bastava o SINJUSC ter rifado todos os aposentados lá em 2014 (pensa que eu esqueci?). Tá escrito lá naquela nota: " 3. Apesar de ter convocado os aposentados para acompanhar a votação do projeto de Lei, o SINJUSC não fez qualquer contato formal com os senhores deputados, no sentido de alterar o projeto originário do Tribunal de Justiça (TJ);", ao contrário, afirmaram: "6. Presume-se que o contato efetuado com os deputados (as) tenha sido intermediado por pessoas que possuem estreito contato com os senhores (as) deputados que propuseram a indigitada proposta de emenda, situação não corroborada por qualquer membro da diretoria atual do SINJUSC;".

          Perdemos bastante nestes últimos anos. Mas agora tá chegando a hora da eleição do nosso sindicato e tem gente querendo se dizer amiga dos aposentados pra ganhar o meu voto. Eu sei quem lutou ao meu lado e quem esteve junto comigo na luta. Eu sei quem ficou firme e não se vendeu por qualquer coisa. A minha idade já é avançada e o tempo que tenho já é certamente curto, ou seja, eu sou velho, mas não é por eu ser velho que eu sou bobo.

          Luiz Nascimento Carvalho - Escrivão Judicial Aposentado - Matrícula 0451"

Um comentário:

  1. No contexto social moderno da sociedade brasileira, aprendemos a esperar do Estado todo tipo de subsídios. É razoável portanto exigir que, uma vez que tal situação foi criada pelo próprio Estado, ele deva sim assumir a responsabilidade pelos custos do trabalhador, para que ele tenha uma vida mais digna, inclusive após a aposentadoria.
    Na ótica da empresa, porém, certos subsídios devem ser encerrados com o fim contrato de trabalho. Se pararmos pra pensar, alguns deles realmente não fazem sentido.
    A previdência, assim como a saúde, seja ela pública ou privada, é um modelo de seguro. Ele deve ser sustentável por si só. Se não o for, algo está errado.
    A meu ver, as pessoas deveriam ser orientadas a ter uma educação financeira para aprender a investir em algum plano de saúde e previdência ao longo da vida, que garantam sua condição social na idade avançada.
    Nessa situação, por óbvio, a carga tributária deveria ser reduzida. Ora, se o Estado não garante os subsídios de direito, então não há porque eu continuar arcando com uma caraga tributária enorme. Esse dinheiro, deixa que eu administro melhor. Mas será que conseguimos? É a velha história do Estado paternalista que não estamos dispostos a abandonar.

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