20/01/2016

Riqueza de 1% da população mundial supera a dos 99% restantes em 2015

   
Imagem do site carosamigos.com.br
      A acumulação de riquezas não é apenas percebida dentro do judiciário. Na sociedade ela é também percebida e se apresenta de forma muito dura e crua. A reportagem, que replicamos do site Caros Amigos é importante para entendermos como funciona uma sociedade em que a acumulação de riquezas nas mãos de poucos é letal para a própria sociedade. Boa leitura.

          A riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a dos 99% restantes em 2015, um ano mais cedo do que se previa, informou nesta segunda(18) a organização não governamental (ONG) Oxfam, a dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
          "O fosso entre a parcela dos mais ricos e o resto da população aumentou de forma dramática nos últimos 12 meses", diz relatório da ONG britânica intitulado Uma economia a serviço de 1%.
          "No ano passado, a Oxfam estimava que isso fosse ocorrer em 2016. No entanto, aconteceu em 2015, um ano antes", destaca no texto.
          Para mostrar o agravamento da desigualdade nos últimos anos, a organização estima que "62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da população mundial", quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas que estava equiparada a essa metade.
          A dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, onde vão se encontrar os líderes políticos e representantes das empresas mais influentes do mundo, a Oxfam pede a ação dos países em relação a essa realidade.
         
          "Não podemos continuar a deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para ajuda estão concentrados, no mais alto nível, em tão poucas pessoas", afirma Manon Aubry, diretora dos Assuntos de Justiça Fiscal e Desigualdades da Oxfam na França, citada pela agência de notícias France Presse (AFP).
          Segundo a ONG, "desde o início do século 21 a metade mais pobre da humanidade se beneficia de menos de 1% do aumento total da riqueza mundial, enquanto a parcela de 1% dos mais ricos partilharam metade do mesmo aumento".Para combater o crescimento dessas desigualdades, a Oxfam pede o fim da "era dos paraísos fiscais", acrescentando que nove em dez empresas que figuram entre "os sócios estratégicos" do Fórum Econômico Mundial de Davos "estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal".
          "Devemos abordar os governos, as empresas e as elites econômicas presentes em Davos para que se empenhem a fim de acabar com esta era de paraísos fiscais, que alimenta as desigualdades globais", diz Winnie Byanyima, diretor-geral da Oxfam International, que estará em Davos.
          No ano passado, vários economistas contestaram a metodologia utilizada pela Oxfam. A ONG defendeu o método utilizado no estudo de forma simples: o cálculo do patrimônio líquido, ou seja, os ativos  menos a dívida.
          A pequena localidade suíça de Davos vai acolher, a partir da próxima quarta-feira (20), líderes políticos e empresários para debater a 4ª Revolução Industrial.
          Esta 46ª edição do fórum, que termina em 23 de janeiro, ocorre no momento em que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes para a crise de refugiados na Europa se juntam às dificuldades que a economia mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das economias emergentes.
           Segundo o presidente do fórum, Klaus Schwab, a "4ª revolução industrial refere-se à fusão das tecnologias", principalmente no mundo digital, que "tem efeitos muito importantes nos sistemas político, econômico e social".
Da Agência Lusa

3 comentários:

  1. Vergonhoso. Vivemos isso todos os dias no TJSC com o orçamento do Judiciário com pessoal indo 99% para magistrados, não só através de salários, mas de vários benefícios. E o pior é que a sociedade nem sabe disso.

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  2. Quando o Estado concorre para agravar ainda mais esta condição isso é inadmissível. A má gestão do dinheiro público, incluídos aí os casos previstos na Lei de Improbidade, os crimes de responsabilidade e a política assistencialista (tanto para o empresariado, quanto para os membros do governo e da administração, e também para os pobres), tem dilapidado o orçamento público, inviabilizando um projeto maior e melhor para o País.
    A 4ª revolução industrial está aí, a qual exigirá novas habilidades para o mercado de trabalho. O Brasil, sendo um País que investe pouco e mal em Educação, verá seus jovens largados ao relento.
    Por fim, cada um faz sua história. Preferimos insistir nos erros a enxergar um novo paradigma para um processo de crescimento e desenvolvimento mais sustentável. Nossa dívida pública interna está em R$ 2,57 trilhões e a externa em R$ 141 bilhões, o que demonstra que o problema maior é aquele gerado dentro do próprio País.
    Sabemos que há muitos desafios, mas o Brasil prefere seguir o caminho do atraso e do subdesenvolvimento.

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  3. Esse "estudo" que sustenta que 1% da população mundial é mais rica do que os outros 99% é uma falácia, pois segundo a metodologia dessa pesquisa, um mendigo sem dívidas é mais rico do que 2 bilhões de pessoas somadas. Isso porque a riqueza é calculada subtraindo-se as dívidas do patrimônio. Como 2 bilhões de pessoas têm dívida, sua riqueza é negativa. Não é estudo. É lixo.
    Seguindo essa lógica, todos nós já fomos mais ricos do que o Eike Batista quando quebrou. Tomando cotovelada nos ônibus lotados, estávamos mais ricos do que o Eike comendo lagosta numa lancha.

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