16/08/2015

Crônicas de uma greve: "Preocupado com a produção?"

Imagem do site luizberto.com.br
           A greve dos trabalhadores do judiciário terminou, mas algumas coisas ainda teimam em permanecer. Lembro do caso de um colega que ocupava uma função de confiança, uma FG-3, num determinado Fórum e o magistrado durante o processo de greve decidiu por retirá-lo do cargo, era da área de informática. Além do fato autoritário o que se demonstrou ao final é que não importa o trabalho em si, mas o domínio que se tem sobre o trabalhador (ou que acha que tem), pois a função em questão não é mais ocupada por ninguém e se os trabalhadores precisarem do apoio de um TSI deverão chamar diretamente na central.

         O caso é incomum. Afinal de contas surgem coisas interessantes nesta ação do magistrado. Primeiro, ele demonstra ou que a função era absolutamente desnecessária e que todos ali conseguem tocar o serviço sem o auxílio de um TSI (ou seja a função era apenas para dominar mais um trabalhador), ou então o mesmo deixou o serviço de TSI ficar "capenga" dentro do fórum a fim de não conceder a ninguém a gratificação. Ou seja, ou o serviço era desnecessário ou atualmente o fórum vive uma situação complicada.

          A preocupação do magistrado afinal de contas é com o quê? Com a produção que está igual e não necessita de um TSI ou com a economia que o estado terá com a extinção de uma função gratificada? Atos tomados com a bílis jorrando no estômago servem apenas para desopilar o fígado; ações mais inteligentes são tomadas com a cabeça e buscam a melhoria de todo o processo.

2 comentários:

  1. Esse fato revela o que muita gente consegue perceber sobre a cultura do trabalho no serviço público: não importa se A ou B vão fazer tal trabalho. Alguém vai ter que fazer, dar conta do seu trabalho habitual e do serviço extra (agora assumido). A regra no serviço público é PASSAR A BOLA.

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  2. Toda razão ao colega Marcos, alguém sempre vai fazer o trabalho. Assim, mesmo que não receba nada por isso os colegas acabam resolvendo os problemas que porventura surgirem porque suas atividades precisam prosseguir. E como diria alguém numa estação de TV catarinense: " A vida segue"...

    Valfrida de Oliveira

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