16/07/2015

A importância de um abaixo assinado

Imagem do site www.portal27.com.br
          Um abaixo assinado é sempre importante. Ele possibilita a criação de Projetos de Iniciativa Popular, ele faz perceber que um grupo de pessoas é a favor ou contra determinado objetivo, ele constrói fisicamente no papel o desejo de um grupo de pessoas. Mas mais que o número total de pessoas que assinam é o contexto político que ele é feito e a importância das pessoas que assinaram ele com o objetivo de dizer: “É necessário agir!”

          O abaixo-assinado que as colegas grevistas estão construindo é isto, uma reorganização dos trabalhadores após uma greve dizendo para todos “não podemos deixar as coisas como estão”! Para isto não é necessário concordar necessariamente com o que está escrito no abaixo-assinado, mas é necessário dizer para o Tribunal de Justiça que a forma atual como está lidando com a compensação dos dias parados não é adequada, é necessário mudar a forma compensar os dias de greve.

          Importante lembrar que as greves promovidas pela magistratura em momento algum foram repostas. Mas é importante também lembrar que grande parte do serviço que estava atrasado já está ficando em dia, e que em alguns locais já está normalizado, ou seja, qual o real objetivo de fazer pagar hora por hora a greve? Qual o ganho para o jurisdicionado, para a sociedade, para o Tribunal de Justiça? O que se observa é que na verdade tenta-se implementar o desconto e o pagamento da hora como uma forma de punição com objetivo claro de dizer “não façam mais greve”.

          Ao contrário, é necessário que o Tribunal de Justiça mude a forma de agir, mude a forma de atuar para que não aconteçam mais greves. Com uma nova política salarial, com mais democracia, com menos cargos comissionados, com mais respeito ao trabalhador e com mais qualidade de vida é que não acontecerão greves. As greves só acontecem quando a intransigência do lado do patrão ganha corpo e impossibilita o diálogo, a alternativa e a mudança necessária neste mundo do trabalho.

          Concluindo, assinar o abaixo-assinado é afirmar para o Tribunal de Justiça que é necessário existir um outro judiciário, é necessário abrir o diálogo, é necessário construir uma nova forma de relacionamento com os trabalhadores. A imposição da política do “olho por olho e do dente por dente” traz mais amargura e dessabor para todos os trabalhadores, que se reflete no trabalho, e chega, infelizmente, na sociedade.

Para acessar o abaixo assinado clique aqui!

10 comentários:

  1. Sinceramente, acho o abaixo-assinado tão útil quanto o SINJUSC durante a greve!!!

    Quem lê, entenda!

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    1. Ao meu ver toda ação é importante. Mesmo as menores. Mesmo aquelas que parecem as mais bobas. Primeiro porque fazem discutir. Fazem as pessoas pensarem. Ações sempre dão a possibilidade de discutir, como isto que estamos fazendo. O que não pode ocorrer é a inércia, é a inação. A ação, toda ela, é bem vinda. O sentido do abaixo assinado é apresentar sim uma listagem de servidores que querem continuar discutindo isto. Querem redefinir o seu futuro. E pode parecer bobo, num ato até que muitos digam "não vai levar a lugar algum..." mas foi um ato buscando uma alternativa. Se todos pensassem que tal ato alteraria o seu futuro (e pode alterar), todos assinariam. Assim, é mais uma percepção da necessidade da unidade da categoria que apenas uma listagem num papel.

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  2. O que está alterando bastante meu futuro é o desconto na folha, e uma categoria que decidiu por "recuo estratégico", recuamos para onde???
    Cara, melhor deixar tudo assim, a tendência daqui para frente é piorar ... único jeito de se dar bem no TJSC é saindo dele, espero que os inconformados estudem e passem em concursos melhores, atualmente, qualquer concurso serve, e que no fim sobrem somente os recuadores no TJSC, que recuem até receberem um salário-mínimo.

    Respeito as opiniões, mas tudo que é inútil, continua sendo inútil, mesmo que chamemos por outro nome.
    Seria mais útil uma greve de fome, ir trabalhado pelado (afinal tá faltando dinheiro para comida e roupas né), sei lá, do que ficar "brincando" de abaixo-assinado, na minha opinião.

    Com todo respeito ao colega, que pelo menos não perdeu a esperança, mesmo nessa hora mais escura. Abraço

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  3. Lembro de vários colegas, antes de 2005, dizerem que aumento real era algo complicado. Que o PCS 1 não avançaria. Lembro de um Desembargador dizer que éramos uns "porra locas". Teve gente que ficou devendo um churrasco só com picanha até hoje. Quando olhamos as coisas no calor da hora esquecemos, algumas vezes, que a história é longa, que deve cumprir etapas, que deve achar momentos certos. Tudo é assim, a política é assim, devemos entender que essa forma de agir é interessante ao Tribunal de Justiça. Permanecer no Tribunal de Justiça é o maior prejuízo que podemos trazer ao Tribunal. O Tribunal precisa e quer mão-de-obra nova, pois é mais interessante, é mais barata, é mais viável. Os antigos continuam sendo um peso. Um peso funcional, pois conhecem a máquina e a forma de agir do Tribunal, mas principalmente um peso político, pois sabem exatamente que a luta é longa, que essa guerra é feita de inúmeras batalhas. Continuemos na luta.

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  4. Concordo com o colega acima. Já fui servidor de 4 órgãos públicos diferentes e o TJSC é - com absolutíssima certeza - o pior lugar onde já trabalhei nos quesitos tratamento, reconhecimento e remuneração dos servidores. Não simpatizo com nenhum dos sindicatos (anterior ou atual), pois acho que é o sujo falando do mal lavado. Se o anterior tivesse conquistado alguma coisa não teria perdido a eleição pro atual, o qual, por sua vez, é um verdadeiro fiasco. 47 dias de greve pra conseguir a inflação... o MPSC conseguiu o mesmo sem greve, sem desconto e sem compensação... Agora até a mixaria de 1,83% está sendo embarrigada e não é retroativa... sem comentários. O NPCS muito provavelmente nem vai ser incluído no PPA, e assim vai... As progressões por aperfeiçoamento quase impossíveis e quando acontecem demoram mais de um ano... ridículo (devemos ser motivo de piada nas rodas de conversa dos servidores do TCE, Alesc ou MPSC).
    Em suma, um órgão onde não temos o menor orgulho de trabalhar. Dá é vergonha, tamanho o descaso conosco. Como respeitar um órgão que não nos dá o menor, o mais elementar respeito? Que dá R$ 150,00 reais de aumento ao servidor com mestrado e R$ 200,00 com doutorado? Qualquer outro órgão público paga no mínimo DEZ VEZES MAIS para servidores com a mesma qualificação. A gratificação de nível superior paga mais do que mestrado e doutorado! Uma piada.
    No TJSC há três caminhos muito claros: 1 - abaixe a cabeça e se conforme (e fique cada vez mais doente e pobre); 2 - vá atrás de alguma gratificação polpuda (e aguente as consequências) ou 3 - SAIA DO TJSC (o caminho mais inteligente).

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  5. "Clico" em "responder" e nada acontece, acho que deu pau aí na base!!

    Mas vamos lá então: Caro colega, excelente teu comentário e modo de pensar, parabéns!!

    Gostei do: "Sujo falando do mau lavado", com certeza foram duas gestões que deram muita mancada!

    NPCS ser incluído no PPA?? Infelizmente nem em sonho!!

    Fico com a alternativa "3": Sair do TJ e é pra isso que estou estudando!! Sorte a todos que estão nesse pensamento/caminho.

    Por fim, penso que a maioria dos TJA's não saem devido ao horário de trabalho (12:00 as 19:00hs), é muito bom ter as manhãs e as noites livres. Contudo, acho que é nessa armadilha que os TJA's são "fisgados", pois, quem entra não sai mais e com o tempo se acomoda e não consegue mais ter forças pra voltar a estudar. Infelizmente.

    Abraço e SORTE A TODOS!!

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  6. Quanto a questão técnica quando clicar em responder eu não estou conseguindo achar o problema, mas que bom que você fez o comentário mesmo assim. É sempre bom receber críticas. Mas eu gostaria mesmo era de saber qual a opção. Optar por sair do judiciário é aceitar que o mundo está correto, que o judiciário deve permanecer como está, que apenas lá fora é que as coisas são boas. Bem, eu acredito que é necessário mudar o judiciário, principalmente o judiciário catarinense, claro, os colegas que consideram sair a opção mais digna, pois é um desejo seu virar juiz, delegado ou promotor, que sigam a carreira que é melhor. Mas independente da opção que cada colega faz para a vida é importante lembrar que algumas destas carreiras até pouco tempo atrás não pagavam tão bem. Os salários meio que se equivaliam (claro, nem todos), e o aumento veio por questões políticas, pressões, greves. Essa foi a forma pela qual muitas categorias avançaram em suas conquistas. A nossa categoria sofreu um processo diferenciado. Parte dela se aliou ao Tribunal de Justiça, e durante anos fez um trabalho pelas costas da categoria. Negociou sem o aval de uma assembleia geral, fez discurso vendendo que o nível superior dos TJAs já estava garantido, agiu contra as greves da categoria. E é essa turma que hoje atua na direção do SINJUSC. Nesta última greve ninguém da antiga diretoria falou em não fazer greve, ninguém foi contra, ao contrário, todos foram favoráveis, ninguém negociou por trás, ninguém vendeu a greve. Não somos iguais. Podemos ter tido erros enquanto diretoria, mas nunca mentimos para a categoria e querer nos enfiar no mesmo saco, meu amigo, é desconhecer profundamente de política, é ser muito rasteiro no seu comentário. Mas este blog aceita as críticas, e tem certeza absoluta que deveria ter feito uma gestão melhor, pena que não conseguiu, e não foi por falta de esforços. Tentar igualar nossas ações, e dizer que é o "sujo falando do mal lavado", é uma simples grosseria de quem pouco participou dos movimentos da categoria e quer, simplesmente, deixar de lutar pelo coletivo e lutar individualmente, como muitos magistrados já fizeram. Boa sorte ao amigo, que tenha uma bela e frutífera carreira.

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  7. Me perdoe Cláudio, mas reitero o comentário. Quando disse "sujo falando do mal lavado", o objetivo não foi ofender ninguém, mas o trabalhador do TJSC está cheio. Para efeito de ganhos financeiros, os dois sindicatos estão exatamente no mesmo saco sim. Podem até ser diferentes em outras acepções, mas isso não paga as nossas contas. Estamos cansados da conversa de que a guerra é longa, são inúmeras batalhas, etc. Vemos vários órgãos conquistando avanços e nós sempre ficando para trás. Cadê a URV? Cadê uma progressão por aperfeiçoamento possível e célere? Cadê o NPCS? Qual sindicato conseguiu isso? Nenhum dos dois. Não quero conquistar alguma migalha do TJSC daqui 25 anos e ainda ter que ouvir que "demorou, mas a vitória foi nossa".
    Quando disse sobre o aumento de remuneração de quem faz mestrado e doutorado ser menor do que a gratificação de nível superior aqui no TJSC não estava brincando. No TCE SC por exemplo o mestrado paga 1.700,00 reais - MAIS DE ONZE VEZES o que se paga aqui.
    Outra: não quero sair do TJSC pra ser juiz ou desembargador, até porque minha formação não é em direito, mas para ter uma remuneração DIGNA E COMPATÍVEL com o meu esforço, minha qualificação e meus estudos, e para dar um futuro condizente para meu filho e esposa.
    Enquanto os dois sindicatos ficam digladiando entre si, os servidores amargam a "espera eterna". Só que nunca vem nada. Aumento? Progressão? Reconhecimento? Orgulho da instituição? Sem chance. Só humilhações, espera, ações judiciais pra tudo - e que nunca terminam -, doenças, desânimo.
    Estamos fartos.

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  8. Não precisa pedir desculpas pelo comentário, o importante é clarear as informações e poder discutir. As duas direções são absolutamente diferentes, complemente distintas na forma como observam o sindicalismo, e a falta de formação sindical de alguns colegas impossibilita de perceberem o que acontece na realidade. Nossa democracia ainda é muito recente. Onde fomos forjados a apenas escolher dentre aquilo que se apresenta para nós como possibilidade de representatividade. É comum este tipo de ação, primeiro pois é mais cômoda, segundo fomos forjados para isto, assim, ficamos acima do “bem e do mal”. Apenas escolhemos aquilo que se apresenta, sem entender que na verdade a democracia nos faz “partidários” no bom sentido da palavra. Ou seja, não cessa nossa responsabilidade a partir do momento do voto, na verdade, ali confirmamos nossas concepções de mundo, nossa visão de sociedade e nossa forma de entender o que acontece. Afirmar que “é o sujo falando do mal lavado” quando trata-se de ganhos financeiros é um pouco ofensivo, pois a expressão é usada tipicamente para ofender, nunca para congregar, assim, sua percepção é de ofensa, mas compreendo. Os ganhos financeiros de nossa categoria, nos últimos 7 (sete) anos não foram substanciais, mas olhemos a história para perceber o que aconteceu. Em janeiro de 2006, então a nove anos, tivemos o início da implementação de um plano de cargos e salários que demorou uns quatro anos para sua implementação. Foram 64,5% de aumento. Concluiu-se o pagamento em setembro de 2007, ou seja, oito anos atrás. Em maio de 2008 conquistamos toda a inflação do período num único mês, foram aproximadamente 15% de aumento em maio de 2008, num ano em que a inflação estava próxima de 3% ou 4% ao ano. Dali para a frente, em 2009, conquistamos ganhos no auxílio-alimentação, com reposição da inflação anual, conquistamos a incorporação do abono de R$ 100,00 (hoje você acha pouco mas naquela época ainda era um bom dinheiro que sofria deflação a cada ano) em 2010, conquistamos o ganho real de 2% em 2011 (posso estar enganado nestes últimos dois anos, mas não é proposital), e a partir de 2010 iniciamos a construção do PCS2. Como já disse em 2011 tínhamos o nosso último ganho, e a partir de 2012 iniciamos uma luta política pela implementação do PCS2, que foi boicotado pela atual administração do SINJUSC, que na época levantava a bandeira do nível superior dos TJAs, dizendo que a mesma já estava quase ganha, assim, buscava esvaziar a luta pelo PCS2 (e conseguiu), lançando notas contra as greves de 2011 e 2012.

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  9. (continuando) Não apenas a ATJ fez isto, mas também a Associação dos Comissários da Infância e Juventude, ou seja, numa atitude orquestrada a fim de trazer prejuízos para a categoria para que a mesma tivesse esse sentimento, o sentimento de derrota financeira a fim de promover a troca da direção do sindicato. Afirmo que a estratégia deu certo, mas agora o revés acontece, pois o apoio tido do Tribunal de Justiça, que queria um sindicato pelego, se reverte contra a própria categoria, pois o Tribunal de Justiça não quer nenhum sindicato, nem de luta nem pelego, pois é representação dos trabalhadores. Quando você afirma da luta dos “dois sindicatos” percebe-se que prefere ficar a parte de qualquer posição, numa independência que na verdade não existe. É comum os colegas terem esta percepção de sindicalismo, e mesmo de política. Mas na verdade sempre temos uma posição, ou somos favoráveis a um sindicato que lute e atue em favor da democracia, em favor dos trabalhadores e que vá para além do simples corporativismo, ou somos favoráveis a um sindicato pelego, submisso ao patrão, que observe apenas o corporativismo como um fim em si só. Não existe terceira via. Não existe um sindicato mais ou menos patrão e mais ou menos empregado. Com isto não estou dizendo que não deve existir o diálogo (ao contrário), com isto não afirmo que é necessário haver brigas (ao contrário), com isto não nego a existência de acordos e trabalhos em conjunto (ao contrário), mas isto deve estar embebido de política favorável aos trabalhadores, num sentido amplo. Concluindo, é importante que os colegas percebam que é importante para o Tribunal de Justiça a continuidade desta atitude de “ficar em cima do muro” por parte dos trabalhadores, observando o sindicato como um ser a parte, que só serve para disputas. Nós disputamos o sindicato, e sempre disputaremos ele com o Tribunal de Justiça, ele teve a sua vitória em 2013, só não viu quem é cego. Forte abraço e boa sorte para todos nós.

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