31/03/2016
Greve: suspensão dos descontos com possibilidade de ampliação das formas de compensação
Uma vitória, bem pequena..., mas uma vitória afinal. O Tribunal de Justiça publicou e informou que irá suspender os descontos que estavam sendo efetuados desde o início da greve. Num segundo momento informa que poderá haver novas formas de compensação, ou seja, os descontos param de acontecer e o TJ irá estudar novas formas de compensação, como uso de saldo de licenças-prêmio, férias, etc.
A suspensão dos descontos é importante. Muitos colegas que conheço pessoalmente não tinham a possibilidade mínima de compensar os valores descontados. Vários trabalhadores e trabalhadoras que possuem filhos pequenos, estudam ou que pela atividade ou comarca que atuam eram prejudicados mensalmente com descontos salariais agora poderão, ao menos, repor os dias parados de outra forma aparentemente e ter os descontos cessados.
Quanto a reaver estes dias pagos com as horas trabalhadas a mais, ou em forma de hora-extra eu considero que seria o ideal, contudo o cenário que se apresenta não parece ser este. Um colega colocou no facebook que este procedimento tem mais com a nossa data-base (a fim de que fiquemos imobilizados) do que com uma boa vontade do TJ. O sindicato terá nova rodada de negociação no dia 11 de abril, talvez seja o momento de chamar uma assembleia né SINJUSC?
“A expectativa é que cerca de R$ 26 bilhões de investimentos sejam aportados no Estado”
Imagem do site www.sef.sc.gov.br |
Como bem afirmou o Secretário: “A segurança e certeza que temos é que a crise vai passar, mais cedo ou mais tarde”, ou seja, o cenário que não é dos melhores, com certeza, irá melhorar em breve. Santa Catarina arrecadou no ano de 2015 mais de R$ 22 bilhões. Obviamente que os investimentos na casa de R$ 26 bilhões não serão tornados na sua totalidade arrecadação do Executivo, mas grande parte dele voltará para os cofres de Santa Catarina.
O pós-crise, politicamente com ou sem impeachment, não assusta o Secretário da Fazenda do Estado. O mesmo afirma que a recuperação de R$ 12 milhões em uma operação sobre uma única grande rede de lojas (CLIQUE AQUI) demonstra que o maior problema do estado não é nada mais que a sonegação que acontece por quem mais ganha. Os R$ 26 bilhões em investimentos tornam o sono de quem controla a receita de Santa Catarina bem tranquilo.
“São as águas de março fechando o verão...”
Imagem do site www.cataniastudio.com.br |
Como falei no último dia de fevereiro o tempo está escoando entre nossos dedos. Estamos ingressando em abril e a nossa data-base é em maio, ou seja, temos 30 dias para nos prepararmos para o debate com a administração. Conforme postado na notícia anterior SC cresceu 10,47% no último bimestre em comparação à 2015. O número é significativo, principalmente observando os dois primeiros meses apenas.
Os servidores aposentados “levaram uma ré” no ano de 2015. Perderam e perderam muito. Os trabalhadores tiveram descontos de 47 dias de greve, que ainda se perpetuarão pelos próximos meses. Santa Catarina cresce na arrecadação de forma admirável, e se foram cortados 30% dos cargos comissionados como ventilou a ATJ no início do ano a folha de pagamento deve estar “super-folgada”.
Começamos a entrar naquele “funil”. O processo em marcha começa a tomar velocidade e dentro em breve se as coisas não forem bem encaminhadas parece que entrarão no “automático” e daí não vai dar tempo de “aprumar o barco”. Vai-se março e vem abril. Que os rumos da nossa “nau” tenham um bom “timoneiro”.
E pra fechar, segue a letra da música de Tom Jobim, “Águas de Março”, porque o mundo precisa de carinho e beleza:
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, -edra, -fim, -inho,
-esto, -oco, -ouco, -inho,
-aco, -idro, -ida, -ol,
-oite, -orte, -aço, -azol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Arrecadação de SC cresceu 10,47% no primeiro bimestre de 2016
Imagem do site da www.sea.sc.gov.br Transparência |
O crescimento da arrecadação do ano de 2015 foi pequeno, convenhamos, 5,22% em relação ao ano de 2014 foi complicado. Mas o importante mesmo é observarmos a série histórica de crescimento de Santa Catarina. Por exemplo o nosso Estado cresceu 13,88% em 2011 e chegou a 16,32% em 2013. Assim, como foi represada a distribuição de renda entre os trabalhadores (com apenas a implementação da inflação nos últimos anos), apesar do crescimento pífio de 2015 a gordura acumulada possibilitou estarmos ainda com uma grande folga orçamentária e em boas condições de implementar no mínimo a inflação.
Desta forma, os dados “alarmantes” que todos estão fazendo surgir tanto de um lado como de outro devem ser melhor pesados. O gasto com os trabalhadores vem diminuindo ano a ano no judiciário. Estamos ainda longe de qualquer “Limite Prudencial” em relação a Lei de Responsabilidade Fiscal. Eu poderia ser ainda um pouco “malvado” e dizer que o crescimento em janeiro de 2016 comparado com o ano de 2015 foi de 12,69%, mas achei mais importante mostrar o dado do bimestre para demonstrar que, apesar de tudo, estamos crescendo bem em 2016. Não foi à toa a fala do Secretário da Fazenda, Antônio Gavazzoni, quando disse que 2016 “não o assustava”.
O cenário é ruim? Bem, depende de quem está olhando as coisas e como. Com certeza a arrecadação nos anos de 2014 e 2015 não foram das melhores, mas a gordura dos anos anteriores deu uma folga de caixa considerável (e bota considerável nisto). Enquanto isto 2016 está se apresentando como uma grata surpresa para todos nós, os índices são muito melhores do que os que são ventilados por aí, tanto por parte patronal como por alguns que se dizem representantes dos trabalhadores.
30/03/2016
31/03: Faz um ano da Assembleia que deliberou pela Greve
Imagem do site www.sensacionalista.com.br |
Era uma terça-feira quente, com sol alto e um calor sem tamanho. Somente o calor humano era mais forte que a temperatura é bom frisar. Diferente da assembleia de Lages, em ambiente fechado e com aproximadamente 300 pessoas, esta seria marcante para muitos de nós. Eu nunca havia participado de uma assembleia tão grande como aquela, dava arrepios. Mas o que chamou realmente a atenção foi a falta de propostas da direção do sindicato. Faltou um apontamento, faltou convicção da greve por parte da direção do nosso sindicato.
Até hoje há uma dúvida na cabeça de muitos trabalhadores. Qual o motivo de, em Lages, o presidente do sindicato bater na mesa e apontar para a greve de forma tão enfática e pouco mais de um mês depois não fazer o mesmo em frente ao Tribunal de Justiça? Qual o motivo de gente ligada a direção dizer claramente naquela assembleia que, apesar de todo aquele povo, não havia espaço para a greve? O que ocorria por trás do movimento que não foi percebido?
Um descompasso aconteceu isto me ficou claro. A direção do sindicato não estava em Florianópolis com a mesma percepção que apareceu em Lages, com certeza. Em Lages foi constituído um comando de greve que saiu correndo o estado chamando para a assembleia (conforme determinado) a fim de fazer uma grande greve. Contudo, em Florianópolis percebia-se que os dirigentes sindicais pareciam já não mais pactuar com essa proposta. O que teria acontecido?
A decisão da categoria, incitada pelo sindicato em Lages não poderia ser outra, ainda mais se a direção não optou por apontar outro caminho. A decisão de não providenciar material para a greve, como adesivos, faixas e tantas outras coisas necessárias deu certeza para a categoria que estávamos sem comando por parte da direção. Como bem apresentado (isto não podemos mentir, os dirigentes falaram claramente), eles apenas "apoiariam" o que a categoria decidisse.
Na verdade não apoiaram, apenas "estavam lá", sem ser verdadeiras lideranças, sem construir pontes, sem apontar caminhos. Uma frase durante a longa greve me marcou muito: "o pessoal vai tocando a greve", dando a impressão que o movimento era absolutamente desligado da direção da entidade. Como se houvesse um "piloto automático" ligado e que se guiaria para uma saída "adequada".
Hoje, após um ano posso dizer que percebi que houve uma profunda mudança de rumos entre a assembleia de Lages e a de Florianópolis. E posso apenas supor que a direção do sindicato talvez não tenha tido a ousadia ou a coragem de dizer isto para a categoria de forma clara. O maior erro de uma direção é ter medo de conversar sinceramente com a sua categoria. Tal fato nos trouxe até aqui, com uma greve sem conquistas, com salários descontados ou horas para pagar, e tudo isto faz apenas um ano.
PLC 257/2016 e o Arrocho no Serviço Público
Imagem do site www.centrovictormeyer.org.br |
Segundo o Blog do Prisco (CLIQUE AQUI para a notícia original) o Governador Raimundo Colombo "reconhece que são medidas necessárias. Mas não há condições, avalia o Centro Administrativo, de implementar tudo numa tacada. Muito menos na atual conjuntura." Ou seja, Raimundo Colombo pretende fazer exatamente isto independente da aprovação do Projeto 257/2016 ou de qualquer acordo de incentivo financeiro para Santa Catarina.
A Central Única dos Trabalhadores - CUT, emitiu uma Nota da Direção Executiva Nacional (CLIQUE AQUI), requerendo a imediata retirada do Projeto de Lei do Congresso Nacional. Segundo a Central o projeto também prevê o Congelamento do Salário Mínimo e suas ações impedirão o melhoramento do SUS e a implementação do Plano Nacional de Educação.
Segundo o CONDISEF - Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, o Dieese "está produzindo uma análise sobre o que pode significar a aprovação dessa proposta. As primeiras impressões trazem reflexões para o fato de que muitas ações propostas devem servir apenas para - num primeiro momento - se promover superávit primário", ou seja, dinheiro para pagamento da dívida.
O PLC 257/2016 deveria ser apreciado ontem (29/03) no plenário da Câmara, mas a mobilização dos trabalhadores conseguiu barrar sua análise. Segundo análise do próprio Cláudio Prisco Paraíso "essa a proposta de reforma que Joaquim Levy queria implementar e o PT não aceitou, defenestrando o banqueiro do Ministério da Fazenda".
O cenário piora a cada momento. Politicamente num governo de centro-esquerda a nível nacional o cenário já sinaliza para um profundo processo de arrocho na classe trabalhadora, com um futuro incerto e um avanço neo-liberal talvez o PLC 257/2016 seja arquivado e outro muito pior poderá surgir ali na frente. A cobrança sobre o SINJUSC e todos os Deputados(as) Estaduais e Federais deve ser contínua, não só neste projeto, mas em todos que virão daqui pra frente. Direito não se reduz, se amplia!
Para acessar o inteiro teor do PLP 257/2016, CLIQUE AQUI!
28/03/2016
SINASEMPU conquista cancelamento de descontos de greve
Imagem do site www.sinasempu.org.br |
A notícia do site do SINASEMPU diz: "Em decisão proferida em 22/03/2016, pela Ministra Diva Malerbi, nas ações civis públicas ajuizadas pelo Sinasempu com pretensão ao reconhecimento da impossibilidade de serem realizados descontos nas remunerações dos servidores em razão de horas dedicadas à greve e eventualmente não compensadas, o STJ concedeu liminar para impedir descontos financeiros de horas devidas em decorrência da Greve."
O SINJUSC ingressou com uma série de ações e nenhuma, até o momento, foi favorável aos trabalhadores. Os descontos estão ocorrendo todos os meses e vários trabalhadores sequer possuem o direito de fazer a compensação da greve para que tenham seus salários garantidos ao final do mês. Uma conversa com o SINASEMPU talvez fosse interessante para os trabalhadores de Santa Catarina, mas como o SINJUSC prefere se isolar dos demais movimentos sindicais e sociais nós ficamos assim, com descontos e pagando hora...
A notícia original você encontra CLICANDO AQUI!
Uniformização de Direitos e Vantagens dos Trabalhadores do Judiciário Nacional
Imagem do site da fenajud.org.br |
A Federação, aquela que o SINJUSC diz nunca termos sido filiados, está promovendo estes estudos e aparentemente o nosso sindicato não está conversando com os mesmo. O ofício foi encaminhado pela Federação na data de 22 de março (e está também disponível no próprio site da FENAJUD com um grande popup) e até agora o SINJUSC não se manifestou sobre ele.
É necessário uma grande atuação do nosso sindicato a fim de fazer com que os trabalhadores não percam direitos (coisa que está acontecendo com grande força nesta gestão sindical) e é necessário também uma grande articulação nacional a fim de barrar as reformas que estão vindo com grande força num congresso nacional conservador como o que se apresenta.
Imposto Sindical: Segundo o SINJUSC é a "devolução" que gera dúvida
Imagem do site camaraecamara.wordpress.com |
A Contribuição Sindical cobrada agora no mês de março foi devolvida apenas, nesta gestão, no ano de 2014. Em 2015 os valores. conforme deliberação de assembleia geral, foram para pagar os gastos com a greve. Em 2016 o SINJUSC efetuará a devolução do montante apenas no mês de maio.
Para receber os valores cobrados (que a ATJ dava a entender que não seria cobrado quando a "nova gestão" assumisse) você deverá CLICAR AQUI e preencher o formulário e posteriormente, após digitalizar o documento, encaminhar para gisele@sinjusc.org.br com a cópia do seu demonstrativo de pagamento do mês de março deste ano (com o desconto).
Contenção de Despesas e Contratação de Novos Cargos Comissionados
Imagem do site br.freepik.com |
Tal observação, se correta, nos faz perceber que a economia que estaria acontecendo com a restrição do pagamento de promoções por aperfeiçoamento e mesmo as promoções por desempenho ou o não pagamento do auxílio-creche e outros direitos dos trabalhadores estão indo para o provimento de cargos comissionados que antes não estavam providos.
Conter despesas é necessário em momentos de crise financeira, contudo restringir direito de trabalhadores que possuem filhos pequenos e que necessitam desta verba para dar a devida guarida enquanto trabalham em favor de mais e mais cargos em comissão nos gabinetes parece ser algo a ser analisado com mais carinho pela atual administração. Afinal o que é mais importante?
26/03/2016
Feliz Páscoa
Feliz Páscoa do Armandinho - Imagem do site www.luisnassif.com.br |
Não consigo ver a Páscoa apenas como algo "espiritual", onde tudo se resolve numa prece, mas também ela não precisa ser vista apenas como a comemoração da primavera no hemisfério norte. Há uma nuance nisto tudo um pouco mais profunda e reflexiva. Na discussão de símbolos comuns nesta época: ovos, coelhinhos, ressurreição, há também o enfrentamento feito pelo chocolate, colomba pascal, brinquedos.
No capitalismo tudo se torna comércio. No dia internacional da mulher são oferecidas flores e bombons para as mulheres; no Natal são presentes para todos; na Páscoa os famosos chocolates. O que precisamos na verdade? O que é necessário para todos nós neste momento? Alguns diriam dinheiro talvez, outros um NPCS, pensamentos menores uma Função Gratificada ou um Cargo em Comissão. Eu fico três com palavras: Respeito, Democracia e Igualdade.
Têm gente que acha que essas palavras não enchem o meu prato de comida, mas na verdade são elas que garantem a nossa possibilidade de lutar para que ele exista, uns dias mais cheio e outros menos, mas com respeito, democracia e igualdade podemos avançar muito em nossa luta que é longa e ainda não tem uma data para acabar. Feliz Páscoa!
23/03/2016
11% - Este é o índice de correção do mínimo estadual
Imagem do site www.fecesc.org.br |
11%. Este é o percentual próximo do que ficará a inflação no período de nossa data-base, maio. Algo que irá variar entre 9% e 11%. Em Santa Catarina, que possui piso salarial próprio e maior do que o piso nacional, o ajuste foi no sentido de recompor a inflação do período. A crise que se abate sobre o Brasil e Santa Catarina influenciaram as decisões políticas.
O segundo dado importante da notícia é que a negociação efetivamente ocorreu com todos os interessados. DIEESE, Centrais Sindicais, Governo, Entidades Patronais. Não houve espaço para o "não diálogo". Claro, não é fácil e não foi tranquila a vida daqueles que lutaram pela manutenção dos salários dos trabalhadores, mas o importante é não desistir da luta.
Enquanto isto nossa data-base, que está batendo às nossas portas (maio está aí), fica no aguardo da próxima reunião no dia 11 de abril. Até lá vários "estudos" serão realizados e serão, talvez, apresentados para os nossos representantes. Ficamos assim, em compasso de espera.
Diário da Justiça: 22/03/2016 - Página 4
Imagem do site peteletrica.eng.ufba.br |
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Edital de Publicação de Acórdãos EDITAL DE PUBLICAÇÃO DE ACÓRDÃOS Nº 5794/16 - Tribunal Pleno Assinados em 21/03/2016: 1 - Ed. 5794/16- Processo Administrativo nº 2012.011578-6, da Capital Relator: Desembargador Robson Luz Varella Requerente: Júlio César Knoll Interessado: Associação dos Magistrados Catarinenses - AMC PROCESSO ADMINISTRATIVO - PLEITO DE CONCESSÃO DE EFEITOS RETROATIVOS À RESOLUÇÃO N. 33/07-TJ - NORMATIVO QUE IMPLEMENTOU A VANTAGEM PECUNIÁRIA PERCEBIDA EM DECORRÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO DE MAGISTRADO EM TURMAS DE RECURSOS - GRATIFICAÇÃO PREVISTA NA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 367/2006 (ART. 15, III, “O”) E NA RESOLUÇÃO N. 04/07-CG (ART. 6º) - RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL PLENO DESTA CORTE, DA POSSIBILIDADE DE RETROATIVIDADE DE OUTRAS VERBAS DISPOSTAS NO MESMO PRECEITO LEGAL - IDENTIDADE DE NATUREZAS - NECESSIDADE DE SE EFETUAR O PAGAMENTO PRETÉRITO DESTE ESTIPÊNDIO, SOB PENA DE AFRONTA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA - CARÁTER, ADEMAIS, “PROPTER LABOREM”, CUJO DIREITO AO ADIMPLEMENTO ADICIONAL RESTOU ASSEGURADO POR FORÇA DE LEI - INACUMULABILIDADE, CONTUDO, COM OUTROS VALORES RECEBIDOS EM VIRTUDE DO EXERCÍCIO DA DIREÇÃO DO FORO E DO JUÍZO ELEITORAL - ACOLHIMENTO DO PEDIDO - QUITAÇÃO, TODAVIA, QUE DEVERÁ OBSERVAR A DISPONIBILIDADE FINANCEIRA PARA TANTO. O art. 15, III, “o”, da Lei Complementar Estadual 367/2006 possibilitou ao Magistrado o percebimento de gratificação em decorrência da participação em Turmas de Recursos. Tal vantagem pecuniária também encontra-se prevista no art. 6º da Resolução n. 04/07-CG, ordenamento que aprovou o Regimento Interno das Turmas Recursais Cíveis e Criminais dos Juizados Especiais do Estado de Santa Catarina. Como a concessão da verba dependia de regulação por parte deste Tribunal Pleno, a teor do disposto do §2º do mencionado art. 15, expediu-se a Resolução n. 33/07-TJ, implementando o pagamento com efeito apenas partir de 1º de outubro de 2007. Não obstante, tendo em vista que esta Corte vem reconhecendo a viabilidade de que o adimplemento de outros estipêndios de idêntica natureza e igualmente amparados pelo art. 15, III, da Lei Complementar Estadual n. 367/2006 ocorra de forma retroativa, imprescindível que assim também se proceda em relação à gratificação ora discutida, sob pena de incidir-se em grave ofensa ao princípio da isonomia. Além disso, inequívoco se tratar de vantagem pecuniária “propter laborem”, de caráter eventual ou temporário, ou seja, concedida em virtude de condições excepcionais que a atividade judicante é desenvolvida, não sendo crível que o interessado deixe de perceber o adicional cujo direito ao pagamento restou reconhecido por força de lei, por inércia na implementação ou regulamentação tardia. DECISÃO: decidiu, preliminarmente, por maioria, não suspender a apreciação dos autos. Vencidos os Excelentíssimos Senhores Desembargadores: Newton Trisotto, Monteiro Rocha, Fernando Carioni, Salim Schead dos Santos, José Carlos Carstens Köhler, João Henrique Blasi, Jorge Luiz de Borba, Soraya Nunes Lins, Henry Petry Junior, Raulino Jacó Brüning, Roberto Lucas Pacheco, José Inacio Schaefer, João Batista Góes Ulysséa, Ronei Danielli, Paulo Roberto Sartorato e Rodrigo Collaço, que votaram, acompanhando o Excelentíssimo Senhor Desembargador Fernando Carioni, pela suspensão. Certifico, ainda, que em sessão ordinária realizada nesta data, o Tribunal Pleno decidiu, por unanimidade, acolher o pedido administrativo, determinando-se, em prol de todos os Magistrados enquadrados nessa situação, em havendo disponibilidade financeira para tanto, o pagamento retroativo da verba prevista no art. 15, III, “o”, da Lei Complementar Estadual n. 367/2006, no percentual de 6% (seis por cento) sobre o subsídio, a contar de 7 de dezembro de 2006 a 30 de setembro de 2007, observada a prescrição quinquenal, bem como a impossibilidade de cumulação com gratificações percebidas em decorrência do exercício da Direção do Foro e do Juízo Eleitoral. Foi decidido, ainda, por maioria, reconhecer a incidência dos juros de mora, vencidos, neste ponto, os Excelentíssimos Senhores Desembargadores Newton Trisotto e Sebastião César Evangelista. Observação: votaram apenas na questão preliminar os Excelentíssimos Senhores Desembargadores: José Carlos Carstens Köhler, Rejane Andersen, Joel Figueira Júnior, Jânio Machado, Raulino Jacó Brüning, Tulio Pinheiro,
Os desdobramentos de uma reunião...
Imagem do site pensamentosdeumguerreito.wordpress.com |
Entendo que não precisamos aprofundar demasiadamente aquilo que foi exposto no texto do próprio sindicato. Simplesmente existe uma série de levantamentos, estudos, avaliações, interesses, possibilidades, ventilações, propensões, etc, etc, etc. As palavras escolhidas dão exatamente o tom de como as coisas andarão daqui pra diante. Uma nova reunião foi marcada para daqui 20 dias e adentramos em abril (4o mês do ano). O novo encontro será feito às portas de nossa data-base. E até lá? Haverá uma assembleia geral da categoria? Acontecerão as “Assembleias Regionais”?
Aos magistrados foi reconhecido pelo Tribunal de Justiça o direito da retroatividade de vantagem pecuniária percebida em decorrência da participação de magistrados em Turmas de Recursos, com pagamento efetuado em forma administrativa, ou seja, os pagamentos serão efetuados pelos cofres do Tribunal de Justiça, com as famosas transferências de dinheiro por Resoluções da DOF com a conhecida rubrica "vencimentos" sendo diminuída dia a dia e crescente aquela que vem explícito “exercício findo”.
A frase inicial do texto do SINJUSC, agradecendo aos colegas que participaram da chamada "PARADA LEGAL" que teria sido realizada ontem dá a ideia de para onde estamos caminhando. Um sindicato que não dialoga com a base da categoria (mesmo para decidir paralisações), uma série de requisições que não avançam, e uma série de legalidades (como o não pagamento de promoções, de auxílio-creche, e tantas outras coisas) que são esquecidas e lesam profundamente os trabalhadores. Aparentemente a "legalidade" não é mais preocupação do Tribunal de Justiça.
O que virá lá na frente é uma dúvida para todos nós. O tempo está passando, os avanços não estão acontecendo e direitos estão sendo perdidos. Os órgãos de discussão de nossa categoria não são prioridade do nosso sindicato, que retira a possibilidade de comentários nos textos produzidos, não faz assembleia regional, não promove assembleia geral e decide tudo de forma "encastelada". Sem a democracia e o diálogo as decisões tomadas nos levam para estes lugares, onde direitos não são reconhecidos, onde projetos não avançam e onde a categoria não possui vez nem voz.
22/03/2016
Auxílio-Saúde: Uma nova "velha" alternativa
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É bom lembrar que o Tribunal de Justiça adora o surgimento de inúmeras alternativas. Quanto mais alternativas os trabalhadores apresentarem como sugestão melhor, dá mais espaço e possibilidade para o Tribunal de Justiça criar processos administrativos, fazê-los rodar sem parar pelos escaninhos, efetuar uma série de estudos que não chegam a lugar algum, mas que criam uma esperança e uma expectativa enorme na categoria. Além disto, muitos servem mais para a magistratura que para os trabalhadores, como formas de "burlar" o teto constitucional. É assim com o NPCS, é assim com o nível superior dos Técnicos, é assim com o auxílio-saúde, todos rodam mas não chegam a lugar algum.
Um benefício para ser implementado deve ter em primeiro lugar uma coisa, "vontade política de ser implementado", primeiro pela categoria, segundo pelo Tribunal de Justiça. Havendo esta vontade e um valor a aportar nele, não há nada que cause empecilho na sua implementação. O contrário, isto é, a falta de vontade (tanto da categoria como do TJ) faz surgir um número surreal de possibilidades, sem que nenhuma delas saia do papel. O que saiu do papel e se tornou projeto até hoje foi o corte do auxílio-alimentação dos aposentados, o corte do abono de natal e o corte do salário de quem fez greve em 2015. Por velhas alternativas talvez fosse bom lutarmos pela mais antiga delas, o aumento real de salários.
Planejamento e Orçamento do TJ: O SINJUSC deve requerer participação
Imagem do site www.abim.inf.br |
O Artigo 2º, inciso III, parágrafo 4º da Resolução 70/2009 do CNJ assim descreve:
§ 4º - Os tribunais garantirão a participação efetiva de serventuários e de magistrados de primeiro e segundo graus, indicados pelas respectivas entidades de classe, na elaboração e na execução de suas propostas orçamentárias e planejamentos estratégicos.
Como está explícito na notícia do TJ, já “foi definido ainda o cronograma de reuniões ordinárias do órgão até o final do ano”, seria adequado o SINJUSC “requerer” a Ata da referida reunião e protocolar perante o Tribunal de Justiça (com cópia ao CNJ), o direito de participar efetivamente de todas as reuniões que ocorrerão neste Conselho.
Se o Tribunal tivesse interesse na participação dos trabalhadores nestes Conselhos, iria incluí-los no próprio artigo 3º da Resolução 11/2015-TJ, que determina a composição do CPLAN, junto com "um Desembargador, um Juiz de Direito de Segundo Grau, um Juiz Auxiliar da Presidência, um Juiz-Corregedor, pelo Coordenador de Planejamento; pelo DGA e pelo DGJ".
O Tribunal de Justiça, aparentando dar “ar de legalidade” ao processo, “apresentava” em uma reunião destinada apenas para sindicalistas alguns slides em data-show sobre o que era o planejamento do TJSC. Apontava dois ou três tópicos sem apresentar números e assim, considerava que a “efetiva participação de servidores” estava garantida. Se aquilo era o Planejamento do Tribunal de Justiça, fica fácil entender o motivo de pouco ou quase nada ter avançado em questões salariais e de qualidade de vida no Tribunal até hoje.
Urge o SINJUSC, agora com as provas de que as reuniões estão acontecendo, com a presença de Desembargadores, Magistrados e todo o corpo diretivo do TJ, requerer a cópia da ata, do calendário de reunião e exigir participação efetiva como garante a Resolução 70/2009 do CNJ.
18/03/2016
Manifesto por um Sindicato democrático, transparente e de luta ganha mais apoiadores
Imagem do site www.partidophd.com.br |
WILLIANS CESAR PERES - INDAIAL
CARLA APARECIDA DE FREITAS SOARES - INDAIAL
SONIA MARIA DE NOVAIS - INDAIAL
IZABEL MACHADO NUNES - INDAIAL
RAQUEL PAULA LAZZARIS - INDAIAL
MARTHA HEUSSER - INDAIAL
SILVIA ANDREIA GIULIANI - INDAIAL
ROSELI WAMSER - INDAIAL
ENDRIGO WILSON CENZI - INDAIAL
VALCIR JOAO VIEIRA - INDAIAL
LAURO RAMME - XANXERE
AUDIMUNDO REITER - RIO DO SUL
LIGIA STEDILE - RIO DO SUL
CONSUELO MORA - RIO DO SUL
VERA LUCIA HOFFMANN - RIO DO SUL
MARGARETE RODRIGUES - RIO DO SUL
ADRIANA REGINA MODESTI- XANXERE
RUTE SARA MACCARINI - BLUMENAU
NADJANARA AVILA AMADOR - TJ
NEUSA CASSOL - CAMBORIU
LUCAS DEGASPARI - GASPAR
DANIEL NILO FLORINDO - GASPAR
GISELE CARDOSO - GASPAR
MARCOS RAFAEL GOMES - GASPAR
MICHELE FEY - BLUMENAU
3 notícias
Imagem do site www.se7e.org |
É importante o questionamento feito ao Jornal Notícias do Dia sobre o pagamento da URV para os magistrados de forma administrativa enquanto aos trabalhadores, além de negado, teve de ser via judicial e com muita luta. É necessário expor a magistratura de forma mais clara para a sociedade. Durante a greve, quando cobrados disto o sindicato fugiu como "o diabo foge da cruz". Lançaram outdoors em locais praticamente escondidos para que, aparentemente, ninguém visse. É necessário ter a sociedade ao lados dos trabalhadores e expor algumas barbaridades que acontecem aqui dentro.
Sobre as resoluções que beneficiam os magistrados em detrimento dos trabalhadores também é importante questionar. Um colega postou no facebook o informe sobre três cursos que estão sendo disponibilizados para a magistratura, mas e para os servidores? E qual o motivo de magistrados poderem enviar documentos pessoais pela expedição enquanto os trabalhadores não podem? Como se um juiz estivesse se mudando o tempo todo dentro do judiciário,o que não é bem verdade, a justificativa apontada na própria Resolução é bem fraquinha.
Sobre o manifesto dos servidores aposentados que perderam o auxílio-alimentação é importante dizer que não basta, não é o suficiente apenas este documento (já é um início). Não é apenas com um documento, uma cartinha que se resolve os problemas dos trabalhadores aposentados. Obviamente que o Núcleo dos Aposentados e Pensionistas é autônomo. Mas nós também um dia seremos aposentados e é necessário estar na luta junto com eles. Não basta apenas entregar papel, é necessário agir de forma a mobilizar todos a lutarem pelos nossos aposentados.
Sindicato precisa avançar nas suas lutas, precisa lutar e brigar pelos trabalhadores. Não dá para ficar apenas "protocolando" documento e entregando nos gabinetes, é necessário conversar com os Desembargadores, é necessário convidar os aposentados para mostrarem como estão vivendo com isto, é necessário o SINJUSC cobrar efetivamente um tratamento igualitário entre trabalhadores e magistrados, é preciso lutar e mostrar pela mídia alternativa o que acontece no judiciário.
Imposto Sindical! Aquele que a atual gestão não ia cobrar...
Imagem do antigo site da ATJ |
Quem quiser saber sobre o processo de imposto sindical deve ligar para o SINJUSC. Tempos atrás, antes desta gestão, eram feitas notícias sobre a cobrança e a forma de devolução, tudo era postado no site, impresso no boletim SINFORME que era distribuído em todas as comarcas, feito formulário no próprio boletim (bastando preencher, destacar e enviar ao sindicato), e a cobrança sempre que feita era informada anteriormente aos trabalhadores, mesmo quando acontecia no mês da eleição do sindicato (ai que vergonha TJ).
O imposto sindical é importante para um sindicato de luta (de luta sejamos claros)! Ele serve para promover todas as ações da categoria. Além da arrecadação associativa é uma das poucas fontes de renda em favor da luta dos trabalhadores. É fundamental para produzir cartazes, fazer outdoors, camisetas de campanha salarial, pagar os custos de assembleia, fazer a formação dos trabalhadores. Não se pode negar, o Imposto Sindical é importantíssimo para todos nós, mas deve ser usado em favor dos trabalhadores.
O que está sendo feito com o imposto sindical este ano? Boa pergunta. Gostaria muito de saber o que o nosso sindicato está fazendo. Para quem quiser receber o imposto sindical de volta o SINJUSC disponibilizou um formulário que está bem escondidinho, mas você pode acessar CLICANDO AQUI. Basta preencher e enviar para o SINJUSC. Alguns dizem que pode ser digitalizado e enviado, mas como não há notícia no site do SINJUSC, não temos como afirmar.
17/03/2016
Pela "justiça", não temos direito a URV tampouco há dinheiro
Imagem do site www.aspj-pe.org.br |
Alguns achavam que uma atuação sindical mais "alinhada" ao Tribunal de Justiça levaria os trabalhadores para tempos de "bonança". O que se observou, conforme se atesta hoje, é que tal caminho seguido chegou a nos tirar até os "brios". Infelizmente o TJ não mudou muito, mudou nossa representação.
Ainda sobre a URV uma associação disse ter achado um absurdo a antiga gestão não ter "negociado" com o Tribunal de Justiça (como se o diálogo não tivesse sido proposto). Contudo, se tivéssemos ficado apenas na "conversa" além do Tribunal não pagar a URV, poderia afirmar ainda que tal procedimento estaria hoje "prescrito". A ação judicial mostrou-se, na verdade, a única saída pra tal contenda, contudo, faltam é ações políticas para fazer avançar o jurídico.
15/03/2016
Se a "Parada é Legal" qual a novidade em "parar"?
Imagem do site youtube.com "parada legal" |
É importante ter a categoria mobilizada. Isso é sempre fundamental. Mas eu não entendi essa relação entre haver legalidade em parar e estar mobilizado. Uma colega ainda hoje me perguntou se não seria melhor parar um dia inteiro ao invés de meia hora com uma grande mobilização. Uma verdadeira parada, segundo ela, poderia ser melhor. Afinal de contas a atividade é uma paralisação ou não, é a dúvida que resta.
Apenas para pontuar eu gostaria de lembrar novamente o fascínio que nossos diretores do SINJUSC possuem por pessoas engravatadas (a imagem acima é do vídeo disponibilizado na rede). No youtube (CLIQUE AQUI) você vai encontrar ao menos dois vídeos que tratam da parada legal.
Mensagem dos trabalhadores à Administração do Tribunal de Justiça
Imagem do site www.maisbn.com.br |
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Senhores Administradores do Tribunal de Justiça,
Após 23 (vinte e três) anos da implementação do último Plano de Cargos e Salários dos Trabalhadores do Judiciário Catarinense (Lei Complementar 90/93), e que foi ajustado de forma significativa a mais de dez anos (Lei Complementar 310/2005), é importante afirmar que neste período do último ajuste (2006) até hoje (2016) os trabalhadores do judiciário tiveram apenas 3,84% de ganho real. Neste sentido é importante levantarmos alguns pontos pelo que já fizemos e também do que consideramos adequado ajustar nestas Leis.
1º - Somos o judiciário com a maior produtividade do Brasil entre os Tribunais de Médio Porte; ou seja, a dedicação de trabalhadores e magistrados faz com que estejamos na frente de vários outros Tribunais (dados do próprio TJSC);
2º - Entre os salários de cargo nível superior somos o 16º colocado no ranking de 27 Tribunais Estaduais; no caso dos cargos de nível médio estamos pior ainda, apenas em 19º lugar. Ou seja, apesar da alta produtividade somos os que menos percebem, e residimos nos locais com custo de vida mais elevado;
3º - Nossa jornada de trabalho é de 7 horas diárias. Não podemos almoçar com nossas famílias e estendemos nossa jornada até às 19 horas. Uma Lei Complementar estadual que nos concedeu uma jornada de 6 horas diárias (Lei Complementar 11.619/2000) foi destruída, esquecida, nunca aplicada e o Tribunal decidiu aumentar nossa jornada de trabalho.
4º - Somos vários Agentes de Portaria e Comunicação assim como Agentes de Serviços Gerais que atuam em cartório, geralmente nas mesmas funções de um Técnico Judiciário Auxiliar e não recebemos mais por isto, ou seja, praticamos trabalho sem a devida remuneração ou reconhecimento do Tribunal de Justiça.
5º - Somos em grande parte mulheres, mães, trabalhadoras, esposas e temos um alto nível de instrução. A grande maioria de nós possui nível superior e grande parte destes em direito, nosso concurso exigiu estudo e conhecimento na área de direito constitucional, criminal, civil sem que qualquer destas matérias sejam de cursos de nível médio.
6º - Nossa saúde está debilitada. Viemos ao serviço muitas vezes doentes, com dores, mas não deixamos o trabalho atrasar, não gostamos de ver as pilhas de processos nos escaninhos ou as listas de trabalho do SAJ-5 se ampliando. Somos submetidos à um regime de pressão por produtividade numa estrutura altamente hierarquizada e que está se tornando cada vez mais autoritária.
7º - Hoje os trabalhadores efetivos já são minoria nos fóruns. Tudo se terceirizou. Tudo se comissionou. Tudo se precarizou. Chegará também o dia onde terceirizaremos as sentenças? O trabalho da magistratura também não pode ser desenvolvido no futuro por "escritórios terceirizados"? A defensoria pública já foi assim em Santa Catarina até poucos anos atrás e da forma como as coisas andam parece que regredimos ao invés de progredir.
Muito poderíamos falar para a administração o que é importante em nossas vidas de trabalhadores, mas o importante é afirmar a necessidade profunda da existência de espaço para o diálogo; efetividade na implementação de soluções; redução da jornada de trabalho; ajuste na carreira diminuindo a diferença entre valores pagos a efetivos X comissionados; redução programada da terceirização; humanização do processo de avaliação dos trabalhadores. Parece ser bastante aquilo que se precisa arrumar quando olhamos para a trás, mas o importante é olhar para a frente e trabalhar para que a partir de hoje cada pequeno ponto seja melhorado por todos nós.
É o que buscamos neste momento a fim de melhorar não os nossos salários, mas as condições de vida e as relações sociais existentes aqui dentro do judiciário a fim de melhor atender a sociedade catarinense que tanto precisa de justiça.
Saudações de Luta!
Trabalhadores do Judiciário Catarinense.
Manifesto pela reconstrução de um sindicato democrático, transparente e de luta!
Imagem do site parditophd.com.br |
A força e a união da categoria proporcionaram uma das maiores greves da história do judiciário catarinense e, embora tenha tido como resultados descontos, processos administrativos, intimidações e o uso do poder de forma vertical contra todos aqueles que se dispuseram a lutar pelo próprio judiciário – acabando por ofuscar os pequenos ganhos obtidos e levar a categoria a sentir-se cansada e duramente ferida – a greve foi também um exercício de amadurecimento da categoria.
Aprendemos a lição. Agora, é fundamental que isso se traduza na (re)construção de um movimento que lute por mudanças dentro do sindicato e na relação com a administração do Tribunal de Justiça. Para tanto, é necessário dar voz a todos aqueles que tem a coragem e desprendimento para participar desta luta, restabelecendo os espaços de discussões, por meio de assembleias, reuniões, redes sociais, cursos, participação e envolvimento com as federações, confederações, demais sindicatos e movimentos sociais, enfim, com todos aqueles que desejam avançar no debate democrático sobre melhores condições de trabalho, e vida.
É preciso quebrar paradigmas. É preciso ter coragem. Sem isto somos fracos perante aqueles que se unem. Isto, por si só, já é um grande desafio. Mas, amadurecemos e estamos prontos para enfrenta-lo. A reconstrução só pode ser feita com a unidade de ação de nossa categoria. Sem isto, repetiremos os erros do passado.
Convocamos todos os trabalhadores do judiciário para juntos lutarmos pelos nossos direitos, avançarmos em nossas conquistas, construirmos um sindicato forte, democrático, transparente e de luta, pois a administração do Tribunal de Justiça espera e fomenta por nossa divisão. Por isto, assinamos o presente manifesto e convidamos todos para também assinarem como forma de demonstrar que a nossa força se faz na unidade, na democracia e na luta diária por uma sociedade mais justa, equânime e fraterna.
CÉLIA REGINA CAPELETI - ITAJAI
DANIELA BALVEDI POLLI - ITAJAI
DANUSA HELENA DEBLAZI VARGAS KNUTEZ - ITAJAI
LILIANE REGINA NUNES BASTIANI - ITAJAI
HELMUT VAN WELL - BALNEÁRIO CAMBORIU
ALCIDES ALONSO LEONEL - PALHOÇA
NILDO COSTA - PALHOÇA
DOUGLAS MARTINS DA SILVA - PALHOÇA
CLÁUDIO DEL PRA NETTO - TJ – DIE
SORAIA JOSELITA DEPIN - PORTO BELO
VALFRIDA OLIVEIRA - TJ – DOF
LADEMIR HOFMANN - SÃO LOURENÇO DO OESTE
VILMARIZE BUGHAY - PORTO UNIÃO
RAFAEL GONZAGA - TJ - ENGENHARIA
ALDO XAVIER - MAFRA
CLEYTON CRISTIANO STECLAN - MAFRA
DINACIR MANCERA - MAFRA
ELIZEU LUIZ TOPOROSKI - MAFRA
ISABELLA MYSZKA - MAFRA
MAYRA OLESKOWICZ - MAFRA
RODRIGO CORREA SIMON - MAFRA
ROZINEI MARIA WOTROBA ANTUNES - MAFRA
NEWTON LUZ CÉ - NAVEGANTES
MARCELO MARTINS BRANDÃO - BALNEÁRIO PIÇARRAS
ISABEL BERNADETE FLORES - BALNEÁRIO PIÇARRAS
CLARICE TEIXEIRA - BALNEÁRIO PIÇARRAS
CLAUDIO PATRÍCIO S. JÚNIOR - BALNEÁRIO PIÇARRAS
ANSELMO LUIZ FAGUNDES - BALNEÁRIO PIÇARRAS
LEONARDO MEDEIROS FRANDOLOSO - BALNEÁRIO PIÇARRAS
RONALDO LUIZ OLEGÁRIO - BALNEÁRIO PIÇARRAS
CHRISTIAN COSTA BATAGELO - TANGARÁ
GUILHERME PÉRES FIUZA - TJSC
TANIA REGINA SCHMIETKE CZECH - CATANDUVAS
JEAN PIERRE OLEJUKI - CATANDUVAS
KATIA AGOSTINI - TANGARÁ
MERCIA CRISTINE SEIDEL - TANGARÁ
PEDRO JACOB BORTOLI - TANGARÁ
SOLANGE JOHANN LOPES - TANGARÁ
ANDRESA SILVEIRA FELICIANO - IÇARA
ANGELA FAVERO BEBER - BRUSQUE
ABIMAEL CORREA - SANTA ROSA DO SUL
VALMOR GRANDO - TJ
DANIELA HEINZEN - LAGES
CLÁUDIO HEINZEN - LAGES
ANA MARIA SPESSATO - PORTO BELO
NEDI TEREZINHA DE VILA MOREIRA - SÃO MIGUEL DO OESTE
LILIANE FÁTIMA ARAÚJO - CHAPECÓ
MARCELI POSSAMAI - CAPITAL
VOLNEI ROSALEN - TJ
ANDREA HELLER MACHADO - ITAPEMA
VINICIUS BURATO - PORTO BELO
MARISTELA SEMMER - PORTO BELO
SANDRA MARA BRINCKMANN - PORTO BELO
ARI BERNARDI - PORTO BELO
FABRICIO ESPERANDIO LOZ - BLUMENAU
14/03/2016
47 dias de greve não adiantaram, mas talvez 30 minutos resolvam...
Imagem do site www.sinjusc.org.br |
Fizemos uma greve de 47 (quarenta e sete) dias, com quase 250 (duzentas e cinquenta) horas de reposição a serem realizadas. Os diretores do SINJUSC liberados não tiveram que pagar um segundo destas horas de paralisação e não tiveram um minuto de salário descontado. Mantiveram seus cargos comissionados e não aparecem em lugar algum (apenas em Blumenau e coincidentemente na época de Oktoberfest ou no Festival da Cerveja segundo informes de colegas), enquanto isto as assembleias regionais não saem do papel.
Amanhã, dia 15 de março, haverá o julgamento da ação da URV. O SINJUSC convocou todos os servidores para encaminharem emails ou telefonarem para os Desembargadores que irão julgar a ação e talvez participarem (aqueles que puderem) da sessão. E ficamos apenas na notícia publicada no dia 10 de março. Não foi feita nenhuma movimentação a fim de dar prosseguimento ao projeto. Ônibus do interior, assembleia, mobilização, cartazes, folders ou qualquer coisa está, aparentemente, fora de cogitação.
30 minutos não farão tanta diferença para quem já está pagando mais de 200 horas SINJUSC. Um dia também não faria surgir nenhum novo problema que já não pudesse ser absorvido. Mas qual a real razão de fazer isto? Teremos realmente um avanço com esta mobilização? Não vou aqui pregar, como já fizeram os atuais diretores do sindicato quando na oposição, pela não participação (apesar desta não ter sido deliberada pela categoria, mas apenas pela direção), e afirmo aqui que a paralisação poderia ser até maior, mas com esta forma de "liderar" a categoria, fugindo da luta os principais "atores", é muito difícil de dar mais contribuição. Se 30 minutos de cada servidor resolvessem o problema da categoria, duvido que algum deles se negaria a paralisar. Tá na hora é de ter mais democracia.
PS: Novamente a imagem de trabalhador "homem" e de "gravata".
O SINJUSC e o mistério das assembleias
Imagem do site www.sinjusc.org.br |
No primeiro ano de gestão da atual administração do SINJUSC aconteceu apenas uma assembleia geral extraordinária. Aconteceu em Fraiburgo, no mês de julho após a data-base, ou seja, não se construiu uma pauta para o ano de 2014, esperou-se o Tribunal decidir o que fazer e depois aceitou-se tudo com a maior boa-vontade. Dali o SINJUSC decidiu que faria um projeto de plano para entregar ao Tribunal de Justiça em 90 dias.
A segunda assembleia geral da atual gestão aconteceu apenas em fevereiro de 2015 em Lages. Naquela assembleia, todos se lembram, a direção do sindicato já na primeira fala do presidente deu o indicativo de greve, constituiu-se um comando de greve e se saiu dali sem uma pauta (tirando o NPCS) de reivindicações, marcou-se então nova assembleia geral para final de março (a fim de ter tempo para organizar as coisas).
A terceira assembleia geral então aconteceu em Florianópolis. A direção do sindicato chegou sem apresentar nenhuma proposta real para a categoria (o prazo dado em Lages para organização de nada valeu para a direção), apenas uma disposição em "apoiar" o que a categoria decidisse fazer. E a categoria deliberou pela greve, mas parece que a direção não deu "todo aquele apoio necessário".
Mais duas assembleias ocorreram em Florianópolis, uma mobilizadora, outra, com objetivo de encerrar o movimento grevista. Em ambas, uma direção do sindicato que não apontava para lugar algum, apenas diziam "vão tocando a greve" na primeira e na segunda afirmando "é necessário sair da greve".
A última assembleia geral aconteceu então no pós-greve, em Balneário Camboriú. Uma assembleia esvaziada em relação aquelas anteriores em Florianópolis. A pauta quase que exclusiva foi a apreciação das contas de 2013 (gestão antiga) e 2014 (gestão atual). Além disto, durante esta assembleia, apenas um informe sobre alguns "gastos de greve".
Seis assembleias aconteceram até agora e entramos no último ano desta gestão do sindicato. Praticamente estamos na metade do mês de março, o sindicato disse que faria várias assembleias regionais pelo estado (até agora nenhuma foi vista). A lógica diria que após as regionais deveria haver uma assembleia geral em Florianópolis a fim de convalidar o que fosse debatido. Até agora nenhuma notícia sobre isto pontuou a direção do SINJUSC. O tempo passa e a nossa data-base está às portas.
Em 2015, nestas alturas do campeonato (março), já havíamos feito uma assembleia geral que indicava greve, e estávamos prontos para deliberar o movimento em 30 de março. Hoje é 14 de março de 2016. Diferentemente o SINJUSC foge de assembleias e não diz para onde devemos caminhar.
12/03/2016
Obrigado às mulheres que construíram uma semana especial
Imagem do site wp.clicrbs.com.br |
O blog continuará aberto para qualquer colega que queira fazer seus textos e expor suas ideias aqui de forma respeitosa e democrática sobre o judiciário. Voltamos a usar um padrão menos "rosa" (apesar da cor certa neste período seria ter usado o lilás como bem lembrou uma colega), mas também um pouco diferente da cor que era usada, pois é importante ir ajustando o blog aos poucos.
Novamente obrigado aos que ajudaram esta semana e vamos tentar deixar o blog mais aberto para outros projetos que estamos planejando para o correr do ano. É importante os amigos escreverem e divulgarem suas ideias. Lá na frente teremos um farto material para debater e discutir aquilo que é importante para todos nós. Um viva para todas as mulheres guerreiras e trabalhadoras do judiciário, meu respeito e minha admiração por vocês!
Oito de Março, Dia Internacional da Mulher, não é data comemorativa, ok?! Não é.
Imagem do site www.vecchiojoalheiros.com.br |
O Oito de Março é um dia para lembrar e para intensificar a luta pelo fim das várias violências sofridas por mulheres de todas as idades, raças, orientações sexuais e religiões em todo o mundo. É um dia de reflexão sobre nosso papel na sociedade, sobre o porquê das desigualdades e sobre os rumos à seguir.
Assim sendo, podemos dar início a um pequeno transtorno, um debate incômodo, que lhes parece?
Falemos de “pequenas violências”, de direitos que nos são negados diariamente. Deixemos de lado as violências óbvias e gritantes, aquelas que qualquer criatura minimamente civilizada reconhece à quilômetros tais como o os estupros, espacamentos e assassinatos. Em vez destas vamos falar de três “bobagens”, como costumam dizer às nossas costas, três direitos tão óbvios quanto relativizados.
1- O Direito de alimentar.
Vale a pena começar com esse. A maternidade é descrita por nossa sociedade patriarcal e cristã como a maior das dádivas, o grande presente para todas nós. Só essa descrição já poderia nos conduzir por um debate essencial sobre violência contra a mulher. Como não queremos falar destas violências (são tantas, podemos escolher) e sim daquelas pelas quais somos ridicularizadas quando ousamos reclamar vamos pular direto para a amamentação.
A amamentação é descrita às futuras mamães como obrigatória, você DEVE amamentar, seu leite é IMPRESCINDÍVEL para o bebê. Mesmo que sua jornada de trabalho não comporte, que vc adoeça no puerpério, que sinta muita dor e desconforto, mesmo que simplesmente não tenha leite você TEM que amamentar, ou arcar com a “verdade absoluta” de que seu bebê será mais indefeso, menos saudável e não vai se desenvolver à contento, claro. Ok. Mensagem recebida e assimilada.
Aqui começa uma nova cruzada e o ponto em que queremos chegar: Onde uma mãe pode amamentar seu filho? Se você está boquiaberto/a com minha pergunta saiba que nós mães também ficamos pasmas ao descobrir que amamentar um bebê em um local público pode se transformar em um imenso problema. Mesmo exercendo a nobre função de alimentar, mesmo nesse momento sem NENHUMA conotação erótica, o seio feminino estando em parte exposto para a amamentação é acusado de exibicionismo desnecessário, de ser “meio nojento”, “meio constrangedor”, e claro “distrair os homens”. Tanto isso é verdade que pipocam em vários estados e no próprio Congresso Nacional proposituras de parlamentares feministas para a garantia deste que não é direito da mãe apenas mas também e principalmente da criança: amamentação em livre demanda, quando e onde precisar ser feita.
2- Direito a sentir-se confortável dentro das próprias roupas.
O que eu visto é problema de quem?
A resposta é: de todos. Minha vestimenta cotidiana precisa da aprovação da religião alheia, dos valores que não são meus, precisa da aprovação dos agentes do Estado que vão me fornecer (ou negar) serviços como saúde, educação, segurança e justiça.
Atentem que não estamos falando em “dress code”, a roupa supostamente adequada para cada espaço, estamos falando de um julgamento severo e precipitado que é feito sobre o MEU CARÁTER e se eu mereço ou não ser respeitada apenas com base na roupa que uso.
Uma peça de roupa e dois exemplos: semana passada uma mulher teve seu acesso a um hemocentro negado, precisou utilizar um imenso avental enrolado ao corpo para DOAR SANGUE, ela estava usando um short jeans que uma atendente não considerou adequado; a revolta do shortinho que tomou algumas escolas de ensino médio no Rio Grande do Sul onde as adolescentes lutam pelo direito de frequentar a aula com seu short jeans. Gente… short jeans, sabe? Brasil, verão entende? Vocês conhecem o verão de Porto Alegre? É um caldeirão. Boa parte do nosso país se transforma em um imenso forno nesta época e ainda assim meninas entre 13 e 17 anos tem de brigar, implorar, faltar à aula pra tentar conquistar o direito de se vestir adequadamente tendo em vista a temperatura. São acusadas de estarem “querendo”, de serem muito assanhadas, de estarem lutando pelo direito “de mostrar a bunda”, de tirarem a concentração e a paz dos meninos e (HORROR!) de professores, homens adultos.
Socorro! Que mundo é esse? Nos olhos de quem está toda essa maldade? Não será hora de adultos doentes, que não podem ver um peito amamentando ou as pernas nuas de uma adolescente, buscarem ajuda psiquiátrica ao invez de exigir de nós que nos tornemos transparentes? Esses meninos com concentração tão frágil precisam de uma educação que os libertem também dessa visão deturpada do corpo feminino, precisam de país, mães e professores que os ensinem a respeitar e que respeito não está condicionado a nada. Respeita-se. Ponto.
3- O direito de ir e vir.
A Constituição cidadã e toda a legislação sobre direitos humanos garante a todos o direito de ir vir, o direito de circular, de se locomover em regiões pacíficas e desde que sigamos as normas legais vigentes. Não conheço legislação de países ocidentais que se pretendam civilizados que traga em seu texto: “mulheres desde que acompanhadas de um homem.” Mas a regra que realmente vale é essa.
Duas mochileiras, duas jovens viajantes foram violentadas, espancadas até à morte e desovadas em uma praia. Sobre elas a imprensa salientava: viajavam sozinhas. Ainda que fossem duas, na nossa deturpada visão de mundo viajavam sozinhas. Que merda é essa?
Mulheres “de respeito” não vão a bares sozinhas mesmo que estejam com fome, com sede ou simplesmente querendo relaxar de um dia horrível, não fazem trilhas sozinhas, não estudam à noite se sabem que terão que andar sozinhas e não viajam sozinhas. Assim é que é.
As que ousarem fazer diferente serão humilhadas, ouvirão seu assédio, sentirão seu toque mesmo não querendo e muitas vezes pagarão com a vida.
Os direitos cotidianos que nos são negados podem não nos matar mas nos condenam a uma vida “menor”, menos livre, com menos possibilidades e experiências.
Oito de Março não é sobre como embelezamos o mundo com nossa sensibilidade, é sobre como o mundo doente em que vivemos pune as mulheres apenas por sua condição
Liliane de Fátima Araújo - Chapecó
Realmente chegaram ao "Fundo do Poço"
Imagem site www.materiaincognita.com.br |
O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) que é a base para o cálculo da inflação oficial do governo e da qual partem as discussões de uma data-base para a nossa categoria está em 10,7063% no acumulado dos últimos doze meses (janeiro 2015/janeiro 2016). Como nossa data base é em maio o cálculo será feito com base de abril/abril. Segundo o Jornal GGN a estimativa da inflação está se reduzindo para 2016.
Os dados são importantes. Observando-se os índices de IPCA nas últimas duas décadas, notamos que a última vez que tal índice chegou a duas casas foi em 2002. Dali pra frente o menor valor encontrado foi de 3,14% em 2006, enquanto a média da inflação no período até o final de 2014 foi de 5,82%, ou seja, este ano estamos vivendo o dobro da inflação vivida desde o ápice da crise econômica mundial em 2008. A boa informação é da previsão de queda do índice nos próximos meses.
Segundo dados do GGN o IPCA previsto para 2016 caiu de 7,62% para 7,57% segundo o relatório FOCUS elaborado semanalmente para o Banco Central. A informação é importante, pois num ano de 2015 com percentual de 10,7% caindo para 7,5% em 2016 e chegando em 6% em 2017. Valores altos, mas com tendência de queda. O importante é também o Tribunal de Justiça observar estes números para que perceba que o cenário também não é o de "fim de mundo".
Com a redução de cargos comissionados implementada pela nova administração do Tribunal de Justiça e com o crescimento da arrecadação do Estado em 9% em janeiro conforme noticiado pelo próprio governo de Santa Catarina, com a inflação em processo de queda não há motivo para ficar fazendo discurso de tempos difíceis e de que a inflação não poderá ser paga. Pode ser até que o cenário não seja o mais bonito, mas com certeza não é motivo para arrochar mais ainda os trabalhadores que sempre ganharam menos.
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