20/12/2015

2015 acabou assim...., acabando...

Imagem do site ideademarketing.com.br
          A sensação que eu tive agora no último dia de trabalho foi esta, que o ano estava assim..., simplesmente se acabando por acabar. Não houve nenhum ato final, um "fechar de cortinas", uma nota do sindicato apontando o futuro. Foi meio que como o final da greve, onde sem rumo e sem ganhos e mesma passou a não ter sentido enquanto ganho, apenas enquanto movimento. 2015 não passou, parece mais que "foi passando".

          A minha análise do ano de 2015 é de um ano que começou atravessado com um chamamento para a greve e terminou com a categoria pagando horas por conta deste chamamento do Presidente Laércio. Em Fevereiro, na comarca de Lages ao "bater na mesa", tratar o Tribunal de Justiça como "aquela p* do Tribunal de Justiça" e convocar a categoria para uma greve e, em seguida ter abandonado a categoria sozinha na sua luta demonstrou bem onde casos mal pensados e planejados podem nos levar.

          Mas este ano também tivemos conquistas é bom lembrar. A principal ao meu ver foi a capacidade de união e a força de nossa categoria, que independente da direção mostrou que possui uma extraordinária vontade de lutar. E apesar de tudo que tivemos de contrário (tanto do TJ como da direção do SINJUSC) tivemos força para lutar, o ombro do amigo para chorar a angústia e a capacidade de perceber que do jeito que as coisas estão não podem continuar.

          A avaliação do ano de 2015 não é boa. Reflete na verdade a avaliação da própria gestão do SINJUSC. E a palavra que mais surge na minha cabeça é uma: "PERDAS". Perdemos muito. Perdemos o abono de natal. Perdemos a capacidade de interlocução. Perdemos a capacidade de luta. Perdemos horas e horas pagando a greve. Perdemos salário para aqueles que não conseguem pagar a greve com horas. Perdemos o auxílio-alimentação dos aposentados. Perdemos com o aumento da alíquota do IPREV em mais 3%. Perdemos um sindicato que era democrático e aceitava críticas. Perdemos a gratificação de diligência sobre férias e 13o para os Oficiais de Justiça. Perdemos o envolvimento com os demais movimentos sindicais e nos isolamos.

          A sensação infelizmente não é boa ao final deste ano, ao contrário, é uma sensação de tristeza, mas também é somada a esta uma sensação de esperança. Pois é exatamente nos momentos de maior tristeza e quando a dor parece sempre mais forte que a esperança vem como um alento de que o futuro pode sim ser melhor. Não quer dizer que ele seja mais fácil, pois vai exigir muito reconstruir tudo o que perdemos. Levará anos. Obras físicas são fáceis de serem construídas, mais fáceis ainda de serem destruídas, mas quando a destruição é na esfera política a demora pode ser muito maior na sua reconstrução.

          2016 está às nossas portas e pede passagem. Assim como 2015 não espero um ano de 2016 fácil. Ainda haverá muita "chuva e tormenta" até a sua conclusão em dezembro. Mas não pode deixar de haver esperança que as coisas melhorem, que as "sementes" comecem a rebrotar do chão. Um ditado me vem à mente e me lembra uma grande verdade: "não há mal que sempre dure e nem há bem que seja eterno". Te desejo um 2016 com muitas lutas e com muitas esperanças, afinal de contas "mudar é preciso". 

Cláudio Del Prá Netto - Tribunal de Justiça

Um comentário:

  1. Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar... Já diz Caetano e Gil. Feliz 2016!

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