08/09/2014

Com a UNIMED a saúde do trabalhador é 101,8%

     “A saúde do trabalhador tem preço?” Este questionamento é importante, pois nos faz pensar sobre várias coisas relativas ao nosso bem estar. Por exemplo, o chamado “auxílio-saúde”; a contratação de um “médico do trabalho” pelo SINJUSC; a realização de convênios com a UNIMED (motivo de farta propaganda), e saber que esta última tenta cobrar um aumento de mais de 100% em apenas dois anos de contrato firmado com a ASFOC (Associação dos Servidores do Fórum da Capital). Isto mesmo, a UNIMED, por meio da IBBCA busca implementar um aumento de mais de 100% sobre o contrato da ASFOC.

    Pode parecer fora de propósito, mas na verdade não é. Empresas como a IBBCA, que adquiriram o direito de fazer representação de venda de planos de saúde para a UNIMED iniciam suas gestões contratuais com entidade associativas e representativas de classe com valores considerados adequados por muitos trabalhadores. Mas o exemplo em outros sindicatos e entidades nos mostra que o aumento, nos três primeiros anos de contrato sobe vertiginosamente.

     A IBBCA, empresa que fez contrato com a ASFOC (e também com o SINJUSC mais recentemente), iniciou a gestão de seguro de saúde com os trabalhadores do Fórum da Capital em agosto de 2011 (naquele tempo ainda como empresa Viva – nome fantasia). Em agosto de 2012 o reajuste implementado pela Viva foi de 9%. Até aí tudo bem. Contudo, em agosto de 2012 o reajuste implementado (agora já sendo IBBCA), foi de 25%, ou seja, um percentual de aumento que extrapolou em muito o aceitável por qualquer pessoa. Mas não parou por aí. Em agosto de 2013 o percentual de reajuste que tentou implementar foi de 76,8%. Ou seja, em menos de dois anos o aumento no valor dos planos de saúde privado subiram 101,8%.

     O subsídio para plano de saúde privado, implementado pelo Tribunal de Justiça a pedido da AMC, hoje atende muito mais os magistrados que os trabalhadores. Os planos renegociados, ou negociados recentemente, parecem atraentes aos olhos daqueles que o comparam ao SCSaúde. Contudo, como mostra a história, não só para a ASFOC, mas também ao Sindicato dos Farmacêuticos, aos trabalhadores da UFSC, entre tantos outros, que planos de saúde privados buscam a mercantilização da saúde, ou seja, lucram com a doença de cada trabalhador/trabalhadora e não com a sua saúde.

     A saúde do trabalhador não advém da cobertura de um plano, tampouco de um médico contratado por um sindicato, ou de um subsídio para plano de saúde privado. A saúde do trabalhador não tem preço, em nossa sociedade é sua única moeda, sua única garantia. Trabalhador de verdade e que se prese, não vende a sua saúde.

*Dados fornecidos pela ASFOC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário