31/01/2018

INSTRUMENTALIDADE

Imagem do site www.trabalhadoresdaluz.altervista.org
          A instrumentalidade das formas no ato processual serve como um desapego à formalidade, desde que o ato cumpra sua finalidade e não gere prejuízos às partes. A própria formalidade é importante, pois democratiza o procedimento.

          Instrumentalização, Instrumentalidade, instrumentos são termos muito utilizados no meio jurídico, sobretudo processual. No entanto, pouco se reflete é que também somos instrumentos para uma finalidade que não nos diz respeito.

          A grande mídia desde sempre nos manipula e, apesar de sabermos disso, não conseguimos nos livrar, tampouco podemos falar sobre o fim. Esta força é algo metafísico. É tão poderosa a ponto de nos fazer pensar que não há alternativa.

          Tudo é mercado. Somos empresários de nós mesmos, para nós mesmos e contra todos os outros. Como não há forma de dissociar as coisas, isto é transpassado para as relações interpessoais: manipulações, relacionamentos voláteis e superficiais, afinal o tempo passa rápido demais e precisamos usar uns aos outros para satisfação e felicidade imediatas. Amanhã pode não ser mais.

          E a assim segue seu curso. Numa boa hipótese e dentro deste contexto, temos comida japonesa; amigos que reafirmam nossas ideias; Netflix com séries Cult; carro com ar-condicionado (afinal é impossível viver sem); família com problemas e churrasco (ao mesmo tempo); o colega que afirma “político é tudo bandido” e sonega tudo que consegue para quitar débitos trabalhistas; criticamos o TJSC e esperamos que alguém tome uma atitude rápida. Amanhã pode não ser mais nada disso.

          E no campo político ocorre exatamente o mesmo. Somos bombardeados de (des)informações. Usam-nos para que não enxerguemos soluções. O ato de repensar a notícia e conhecer a história dá trabalho, é incômodo. São anos e anos de pseudo-reflexões sobre os temas, o que nos mantém na superficialidade que o mundo nos exige.

          Pedem-nos consciência: sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior.

          Pergunta-se: temos consciência ou a consciência não é nossa?

          Admitamos nossas incapacidades e busquemos exercitar a nossa inquietude. Basta de preguiça. 

          Sejamos instrumentos para meios em que tenhamos vez e voz.

30/01/2018

2017 foi um ano de perdas? Sim!

Imagem do site cpers.com.br
        É chato afirmar aqui que o ano de 2017 foi um ano de perdas, mas alguns, infelizmente, acreditam que isto é bom. Tivemos inúmeras perdas trabalhistas neste ano. A aprovação da (contra)Reforma Trabalhista, a aprovação da Lei de Terceirização Indiscriminada, encaminhamento da (contra)Reforma da Previdência que tramita no Congresso Nacional, além do aumento das contas de luz, gás entre tantos outros mostram que este governo trouxe perdas enormes para os trabalhadores. Mas nós também lutamos e tivemos alguns ganhos.

          Diferente do afirmado por alguns "mentirosos", conquistamos a venda das férias e das licenças-prêmio;

          Conquistamos duas datas-base num único ano (aquilo que alguns diziam ser protocolar mostrou-se como fruto de luta e conquista);

          Conquistamos a reposição da greve, que em 2015 os dirigentes sindicais abandonaram e deixaram a conta para o trabalhador;

          Conquistamos as promoções, por desempenho e aperfeiçoamento, atrasadas desde o ano de 2013 ;

          Conquistamos a reposição de valores em gratificações e colocamos novamente o sindicato de pé, ao invés de ajoelhado perante o Tribunal;

          Sobre as perdas que atribuem ao grupo que assumiu em 16 de dezembro de 2016, como o aumento do IPREV em mais 1%, é bom lembrar que esta lei foi aprovada durante a Gestão Sindical de 2013/2016, ou seja, foi pela inação da antiga gestão, que nunca chamou a categoria para "LUTAR" contra esse abuso, que temos hoje essa perda.

          Sobre o afastamento de colegas, retornando para a base, claro que é uma perda para a categoria, afinal não é fácil permanecer à frente de um sindicato de luta (pode ser fácil quando o sindicato não faz nada), mas quando se busca avançar nas conquistas tudo se torna mais difícil, e ao invés de repudiar a atitude dos colegas que retornaram e que poderão retornar à base, ao contrário, louvamos o trabalho realizado durante este período. 

          Ao final de 2017 saímos mais ricos do que iniciamos o ano, isto é fácil de contabilizar. Recebemos 2 datas-base, promoções atrasadas foram pagas, greve foi revista, auxílios foram reajustados, foi autorizada a venda de férias e licenças. Poderia e deveria ser melhor, mas para um sindicato que estava de joelhos se reerguer requer mais que discurso, requer ação. Há muito por conquistar e conquistaremos, juntos!

Então "perdemos a venda de férias e licença-prêmio"?


        São aquelas enganações que alguns tanto propalaram. A frase do título, que afirmava que o  ano de 2017 havia sido um ano de perdas, numa série incontáveis de mentiras. Dizia que os trabalhadores do judiciário "perderam o direito de vender as férias e as licenças-prêmio" por conta da atuação sindical, pois o sindicato havia cobrado em demasia do Deputado Marcos Vieira, que prejudicou os trabalhadores por puro "prazer". Mas todos os trabalhadores receberam estes valores já no dia 2 de janeiro deste ano, ou não?

          Num blog anônimo, no dia 1º de dezembro, afirmaram: "- Perdemos a venda de férias e licenças-prêmio (atuação sindical)." (Imagem acima)

          Qual o motivo de fazer isto? Seria o mesmo motivo de "não estando na ALESC naquele dia" dizerem que o projeto havia saído de pauta e que somente em 2018 ele talvez retornasse ao debate? Infelizmente não contavam com a "atuação sindical", que dialogando com os líderes fez o projeto voltar para plenário e ser aprovado.

          Quem é minimamente mais perspicaz viu que foi importante cobrar do Deputado; que foi importante mobilizar a categoria; que foi importante cobrar do Tribunal de Justiça, que também tinha interesse no projeto. A afirmação das mentiras ficam registradas na rede mundial de computadores e basta rever os artigos de alguns inconsequentes para perceber o que é perda e o que é ganho. Mais importante é registrar: Vitória da categoria!

Não somos justiceiros!

Não somos justiceiros!

É sempre bom afirmar aquilo que somos ou que não somos para os outros que nos observam.

Este blog ficou desativado durante um bom período e acreditamos que isto não tenha sido bom para a categoria, afinal era aqui que construíamos os contrapontos sobre mentiras e meias-verdades que eram contadas, na época, por uma direção sindical ou por associações que não representam ninguém além de seus presidentes.

Ao afirmarmos que não somos justiceiros nos diferenciamos diretamente destes, afinal, justiceiro é aquele que atua na margem da justiça, onde tentando buscar "o justo" o faz por meios injustos, ou seja, fora da lei,  agindo na ilegalidade.

Aqui sempre nos posicionamos e demos nossa "cara à tapa". Dizemos quem somos, assumimos nossas responsabilidades. Não ficamos escondidos atrás de "carinhas", "apelidos", "anonimatos". Esse sempre foi o nosso diferencial, sempre falamos abertamente, seja aqui na rede de computadores, seja em assembleias, em congressos, nos espaços democráticos da categoria, por isto estes espaços foram tão restringidos no período de 2014 (uma única assembleia), 2015 e 2016 (uma única assembleia).

Espaços abertos para o debate existem e é nos espaços oficiais que nosso sindicato disponibiliza, ou seja, nos encontros, nas reuniões, nas assembleias, nos congressos, nas conferências onde quem tem o que dizer fala, não apenas na web escondido atrás de "carinhas".

Reafirmamos aos colegas: não somos justiceiros! Voltamos para este espaço para falar e apontar aquilo que é importante dizer aos trabalhadores.

Cláudio Del Prá Netto
Josiane Censi
Marcos Rafael Gomes