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Instrumentalização, Instrumentalidade, instrumentos são termos muito utilizados no meio jurídico, sobretudo processual. No entanto, pouco se reflete é que também somos instrumentos para uma finalidade que não nos diz respeito.
A grande mídia desde sempre nos manipula e, apesar de sabermos disso, não conseguimos nos livrar, tampouco podemos falar sobre o fim. Esta força é algo metafísico. É tão poderosa a ponto de nos fazer pensar que não há alternativa.
Tudo é mercado. Somos empresários de nós mesmos, para nós mesmos e contra todos os outros. Como não há forma de dissociar as coisas, isto é transpassado para as relações interpessoais: manipulações, relacionamentos voláteis e superficiais, afinal o tempo passa rápido demais e precisamos usar uns aos outros para satisfação e felicidade imediatas. Amanhã pode não ser mais.
E a assim segue seu curso. Numa boa hipótese e dentro deste contexto, temos comida japonesa; amigos que reafirmam nossas ideias; Netflix com séries Cult; carro com ar-condicionado (afinal é impossível viver sem); família com problemas e churrasco (ao mesmo tempo); o colega que afirma “político é tudo bandido” e sonega tudo que consegue para quitar débitos trabalhistas; criticamos o TJSC e esperamos que alguém tome uma atitude rápida. Amanhã pode não ser mais nada disso.
E no campo político ocorre exatamente o mesmo. Somos bombardeados de (des)informações. Usam-nos para que não enxerguemos soluções. O ato de repensar a notícia e conhecer a história dá trabalho, é incômodo. São anos e anos de pseudo-reflexões sobre os temas, o que nos mantém na superficialidade que o mundo nos exige.
Pedem-nos consciência: sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior.
Pergunta-se: temos consciência ou a consciência não é nossa?
Admitamos nossas incapacidades e busquemos exercitar a nossa inquietude. Basta de preguiça.
Sejamos instrumentos para meios em que tenhamos vez e voz.