28/06/2015

Afinal, é o NPCS aprovado pelos trabalhadores que será analisado?

Imagem do site www.sudoestehoje.com.br
          O NPCS (Novo Plano de Cargos e Salários) já chegou no Conselho de Gestão e foi designado um relator no referido órgão a fim de dar seu parecer sobre o projeto que foi produzido pelo ex-diretor geral administrativo. Com um parecer da Comissão constituída pela Presidência que fez já uma análise do projeto há uma parte do relatório que indica a incapacidade financeira em se pagar o projeto construído, então, o que será discutido no Conselho de Gestão? Será o NPCS?

          A notícia publicada na página do SINJUSC sobre a reunião com o Desembargador Carioni foi protocolar. Apenas informou que aconteceu uma reunião entre os membros do sindicato e o Desembargador relator, e que este irá "debater" com o Conselho um cronograma para os "trabalhos" do NPCS. Ou seja, como o Conselho se reúne apenas uma vez por mês o mesmo terá, além da próxima, apenas mais 5 (cinco) reuniões até o final do ano. Mas a dúvida que fica é: já que financeiramente este NPCS não possui condições financeiras de ser implementado (ao menos não de uma vez), o que será estudado? Já que o sindicato se mostrou "aberto ao diálogo" o que será defendido em nome dos trabalhadores?

          Nas conversas de whatsapp dos vários grupos que existem há frases que dizem que "o importante é aprovarmos um novo PCS". Ou, "não importa o ganho real, o que importa é ganharmos o NPCS". Bem, quando não há bases no que se sustentar qualquer coisa serve mesmo. Assim, seria importante aproveitarmos este momento para discutir o que é inegociável neste NPCS. Quais as bases de onde partimos para esta "nova etapa" de negociação? Afinal poderá não ser a tabela apresentada pelo SINJUSC a que será aprovada.

         Há coisas que são importantes termos em mente quando fazemos um NPCS. Não pode haver perdas salariais; temos que cuidar com a terceirização ou a possibilidade dela; temos que pensar nos servidores que estão em final de carreira e que não terão mais tempo para desenvolver qualquer atividade; servidores aposentados que já não possuem mais tempo para nada; se a meritocracia é realmente fundamental para efeitos de promoção já que o TJ não costuma usar da "impessoalidade" nos seus processos de avaliação (observemos a greve); e tantos outros pontos entre questões financeiras, politicas e sociais que deve abranger um PCS.

          Um Plano de Cargos e Salários não possui apenas o aspecto financeiro na vida do trabalhador. Devemos cuidar um pouco com o pragmatismo que alguns colegas buscam a fim de ver apenas o aspecto financeiro como essencial. O PCS deve cuidar com a relação com a sociedade, um aspecto social, diminuindo o processo de terceirização. O PCS deve cuidar com as questões políticas, onde devemos perceber a unidade de nossa categoria. Enfim, devemos construir pontos dos quais não podemos abrir mão no processo negocial, senão o Tribunal de Justiça fará o "seu" NPCS, e daí talvez ele, mesmo sendo interessante financeiramente para alguns, pode ser um problema para a sociedade e para os trabalhadores.

7 comentários:

  1. Marco Costa/Florianópolis29/06/2015, 08:32

    Fico imaginando que se pudessem terceirizariam tudo, inclusive os cartórios, só ficando a magistratura detentora de todos os direitos e prerrogativas do servidor público, alcançando o inimaginável.

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  2. Vejam aqui:

    TCE de SC além de ter concedido um novo PCS para os servidores já em 2014, concede aumento real de 4% (a partir de junho 2015) e reposição da inflação integral. Nem precisaram de greve pra isso. Enquanto isso, na pior justiça do Brasil, por onde anda nosso PCS e o mísero reajuste real de 1,87%?

    Tudo por resolução:

    http://www.tce.sc.gov.br/sites/default/files/leis_normas/RESOLU%C3%87%C3%83O%20N%20115-2015%20CONSOLIDADA.pdf

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  3. Se em plena greve a diretoria diminuiu de 16% pra 1,9%, alguém duvida que o "diálogo" dos pelegos é novamente reduzir pra prejudicar o servidor? Esse sindicato não me engana!

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  4. PIADA DO DIA:

    "(...)Empenhados na inclusão do Novo Plano de Cargos e Salários (NPCS) no Plano Plurianual (PPA) 2016-2019 do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), a direção do SINJUSC esteve reunida nesta tarde, dia 29, com o presidente do Comitê Gestor Regional para Implementação da Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição (CGRPG), juiz Hélio do Valle Pereira.
    Valle Pereira informou à direção que a inclusão do NPCS no PPA será objetivo de discussão em reunião do Comitê amanhã, dia 30."(...)

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  5. Com a perda que tivemos na greve, sim porque só tivemos perdas, pagamos para entrar na greve, visto as mordidas de IRRF que tivemos nas restituições, e a questão das compensações, que ao meu ver, nem deveriam ser feitas, coisas que o sindicato nem preocupou-se em pleitar.

    Bom, o que quero dizer é que não há margem de negociação. Vamos "engolir" o PCS que será apresentado (SE apresentado). Não há o que fazer: sindicato fraco, adm do TJ já demonstrou por A+B quem manda, e quem nosso sindicato abre as pernas e chora.

    Sejamos realista, não tem essa de aceitarmos ou não isso ou aquilo. O que vir veio, TJ esta certo que não haverá um greve tão forte como a que teve e não haverá mesmo, com esse sindicato à frente. Então pronto. Fim de papo. Adm do TJ fará o que quiser a respeito do NPSC e acabou.

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  6. "Projeto de lei 17/2015 é retirado da pauta de votação da CCJ por falta de requisitos legais"
    http://www.sinjusc.org.br/noticias.php?id_noticia=683

    Esta é a importância que o TJSC dá para voce, servidor da justiça mais mal paga de todo o Brasil. Deve haver interesses para que o projeto de Lei seja postergado o quanto for possível, afinal, não é retroativo...

    Assim, sobra mais grana para atrasados da magistratura. Mais uma vez tiro meu chapéu para este sindicato que sequer exige ao TJSC que o pagamento da merreca de 1,87% seja retroativa à maio. Pois é, a greve terminou sem nenhuma garantia, então, isto não é nenhuma novidade.

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  7. Os tribunais de todo o país têm até esta semana para informar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) suas regras para concessão do auxílio-moradia a magistrados. Em sessão ordinária, na semana passada, os conselheiros decidiram revisar as práticas adotadas pelo Judiciário para evitar possíveis irregularidades. Um questionário foi enviado aos tribunais em fevereiro e, até o momento, 86 deles enviaram as respostas, que já estão sendo analisadas pelos conselheiros, que observam o cumprimento da Resolução 199/2014, do próprio conselho, que disciplina o pagamento do benefício.

    O assunto foi colocado em pauta por sugestão do conselheiro Paulo Teixeira em razão de supostas irregularidades no auxílio-moradia em Santa Catarina. De acordo com ele, uma decisão daquele estado – que autoriza o pagamento do benefício para ambos os membros de um casal de magistrados que habitem a mesma residência – contraria a resolução do CNJ.

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