03/09/2014

Orçamento, gratificações e opções políticas

     O orçamento do Tribunal de Justiça sempre foi uma peça política. Tanto é que o Tribunal, desde o início do ano, passou a efetuar uma série de pagamentos individualizados para setores, pessoas e trabalhos e fez questão absoluta de esquecer o ganho real, a reposição sobre o auxílio-alimentação, ou qualquer ganho que tivesse repercussão geral para os trabalhadores.
     
     O projeto de PLC que trata da gratificação para cargos de nível médio que tenham formação em Direito não é um desrespeito apenas aos Técnicos Judiciários Auxiliares que porventura não tenham esta formação. É um desrespeito as(os) Assistentes Sociais, que sempre foram desmerecidas(os) entre os cargos de nível superior. É um desrespeito aos Agentes de Serviços Gerais e Agentes de Portaria e Comunicação, que mesmo formados em Direito não terão o direito de requerer o benefício. É um desrespeito ao cargo de Engenheiro e Analista de Sistemas do TJ que, mesmo possuindo especialização, mestrado e doutorado não terão direito ao adicional de qualificação.

     O orçamento do Tribunal de Justiça é uma opção política. O TJ já demonstrou que quer dividir ainda mais a categoria. Quer criar subgrupos dentro de grupos, e se puder desenvolver isto infinitamente será o cenário ideal. Infelizmente, dentro desta perspectiva, o dinheiro do orçamento corre pelo ralo, cria insatisfações e gera mais problemas administrativos para o Tribunal de Justiça e para os trabalhadores.


     Trabalhadores querem salário. Querem trabalhar 6 horas diárias. Querem ter um salário igual por atividade igual. Querem respeito e dignidade. Querem atender bem a sociedade e a magistratura. Qualquer subterfúgio a atender estas demandas irá piorar ainda mais a relação entre trabalhadores e quem administra o Poder Judiciário.

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