O orçamento do Tribunal de Justiça sempre foi uma peça
política. Tanto é que o Tribunal, desde o início do ano, passou a efetuar uma série
de pagamentos individualizados para setores, pessoas e trabalhos e fez questão
absoluta de esquecer o ganho real, a reposição sobre o auxílio-alimentação, ou
qualquer ganho que tivesse repercussão geral para os trabalhadores.
O projeto de PLC que trata da gratificação para cargos de
nível médio que tenham formação em Direito não é um desrespeito apenas aos
Técnicos Judiciários Auxiliares que porventura não tenham esta formação. É um
desrespeito as(os) Assistentes Sociais, que sempre foram desmerecidas(os) entre
os cargos de nível superior. É um desrespeito aos Agentes de Serviços Gerais e
Agentes de Portaria e Comunicação, que mesmo formados em Direito não terão o
direito de requerer o benefício. É um desrespeito ao cargo de Engenheiro e
Analista de Sistemas do TJ que, mesmo possuindo especialização, mestrado e
doutorado não terão direito ao adicional de qualificação.
O orçamento do Tribunal de Justiça é uma opção política. O
TJ já demonstrou que quer dividir ainda mais a categoria. Quer criar subgrupos
dentro de grupos, e se puder desenvolver isto infinitamente será o cenário
ideal. Infelizmente, dentro desta perspectiva, o dinheiro do orçamento corre
pelo ralo, cria insatisfações e gera mais problemas administrativos para o
Tribunal de Justiça e para os trabalhadores.
Trabalhadores querem salário. Querem trabalhar 6 horas
diárias. Querem ter um salário igual por atividade igual. Querem respeito e
dignidade. Querem atender bem a sociedade e a magistratura. Qualquer
subterfúgio a atender estas demandas irá piorar ainda mais a relação entre
trabalhadores e quem administra o Poder Judiciário.
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