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No judiciário catarinense mais da metade da categoria são trabalhadoras mulheres. São muitos os relatos, e vem na lembrança a época que nos reuníamos em assembleias, onde mulheres de vários locais do estado contavam como se dedicavam ao trabalho, como se viravam para dar conta da casa, dos filhos...
Relatos de orgulho de construir, nas suas comarcas, esse serviço público, levando seus computadores, quando não se tinha equipamento suficiente para que o trabalho andasse.
Histórias de arrependimento por terem deixados filhos pequenos, vida social, roda de chimarrão com amigos e familiares para trabalhar além do horário, por conta da falta de valorização da Administração do Tribunal de Justiça.
Muitas destas mulheres se aposentaram com lesões pelo esforço repetitivo decorrente do trabalho. E na época que o Sinjusc era sindicato de luta, muita discussão foi feita sobre isso (lembram do projeto saúde? da discussão do filme: Acorda Raimundo, acorda”?, do congresso em Balneário com a feminista Lola?) e muito se evoluiu, principalmente na empoderamento das pessoas ao se impor diante das opressões e pressões. No entanto este debate deve ser contínuo, para ser efetivo, porque nossa força está na unidade, em se olhar e se reconhecer.
Temos visto mudar nossa maneira de trabalhar com muita velocidade, com a vinda dos processos virtuais, do tele trabalho, etc.. e precisamos voltar a conversar de forma coletiva e organizada, sobre como isso nos afeta, como nos organizamos como categoria, já que agora poucos, mas daqui a pouco muitos terão como local de trabalho sua própria residência.
Queremos valorização salarial, e também queremos viver e envelhecer com saúde e felizes. E para isso não basta apenas vontade individual. Quem sabe no congresso do Sinjusc deste ano, não possamos reiniciar esses debates e nos fortalecermos cada vez mais enquanto categoria.
Soraia Joselita Depin - Porto Belo
Parabéns pelo texto, Soraia! Tentei escrever um, a pedido do Cláudio, mas não consegui concluir... um texto, um dia da mulher, é pouco para dizer tudo o que precisa ser dito. Também espero que o Sinjusc volte a ser um espaço para esse tipo de discussão. Cristiane - Blumenau
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