21/04/2015

Diário de Greve: dia 12


       Atrasado em publicar o diário de greve demonstra o quanto tá corrido o movimento aqui em Florianópolis. A coisa começa a pegar, o dia parece que fica mais curto, as cobranças vão aumentando, dos filhos, da família, dos demais movimentos sociais que a gente tenta ajudar e daí não tem jeito. Estoura de um lado, e dessa vez foi o diário que ficou meio assim. Desta forma, desculpas aos amigos.

         Numa segunda-feira atravessada no meio de um feriado, com uma chuva chata, daquela que molha até a alma, a gente foi verdadeiramente guerreiro. Não é fácil ficar ali na frente do Tribunal de Justiça sem ter o que fazer e sem ter para onde ir. Mas o pessoal da Comissão de Comunicação é show de bola. Não tem grupo melhor para avançar nas discussões e nas ações. Eu tiro o meu chapéu e o grupo João da Greve no facebook é o que há. Parabéns aos meus amigos para os quais eu tiro o meu chapéu. É inteligência, irreverência, revolução correndo solta com esse pessoal. Só orgulho de vocês.

        Depois decidimos por fazer uma visita, saindo do Tribunal de Justiça e indo até a Unidade Presidente Coutinho, a UPC aqui em Florianópolis. O pessoal saiu com a caixa de som no máximo volume, e foi recepcionada com uma salva de fogos em frente da praça Tancredo Neves, em frente ao Tribunal de Justiça para a caminhada até o outro lado do centro da cidade.

         Após uma meia hora de caminhada (o percurso é longo, mas tranquilo), o pessoal chegou também com fogos de artifício na frente da UPC. E a deliberação foi fazer um "arrastão", no prédio da UPC chamando os colegas para uma reunião que faríamos na entrada do prédio no meio da tarde. E o povo subiu as escadas chamando todos para a reunião, para a greve, e para a frente do TJ nesta quarta-feira.

         Muitos colegas fizeram as falas. E é muito bonito você perceber como surgem novas lideranças, pessoas que perdem o medo de falar, assumem a responsabilidade junto da categoria, cobram por fazer um discurso mais duro, lembram de fatos importantes e dão explicações para os demais colegas. Só isto já valeu a pena. Ver que os colegas estão assumindo, com grande qualidade, a luta dos trabalhadores. Foi muito bom ver o quanto de gente nova, com qualidade e capacidade está ali.

         Descemos então lá pelas 16 horas. Com a nossa caixinha de som fizemos os informes e tivemos várias adesões ao movimento. Gente que disse que chorou depois que a gente passou e que agora estaria junto na greve. Amigos e amigas de vários anos, de várias greve, de muitas lutas que a gente nem consegue lembrar de tantas que foram nos pegaram pelo braço e disseram: eu não ia, mas agora eu vou. Valeu.

         Com uma chuva no retorno para o Tribunal de Justiça o dia acabou com um copo de café, uma paçoca e uma banana para acalmar o estômago. A voz já tava fraca, mas o espírito ficou mais forte apesar da chuva, apesar do cansaço e como diz o meu amigo Bernardo: "Amanhã vai ser maior".

Um comentário:

  1. MINHA ETERNA GRATIDÃO AOS Q ESTÃO INDO ÀS RUAS....ESTARIA JUNTO, SE NÃO ESTIVESSE LIMITADA....MAS ESTOU COM VCS EM SE FALANDO DE CORAÇÃO...E FÉ!!!!

    ResponderExcluir