Conforme se observa na tabela abaixo os trabalhadores do judiciário catarinense possuem a 5ª pior remuneração entre os trabalhadores de nível médio, e a 8ª pior entre os trabalhadores de nível superior.
Quanto ao grau de satisfação dos trabalhadores com seus vencimentos, observamos que apesar dos salários serem relativamente baixos, o grau de satisfação com seus vencimentos não aparece de forma tão ruim. Ou seja. Há uma discrepância entre a tabela salarial dos trabalhadores com a sua percepção de satisfação com seu vencimento, conforme se observa na informação colhida pelo CNJ:
Santa Catarina instituiu nos últimos anos uma política agressiva quanto ao arroxo salarial dos trabalhadores efetivos enquanto implementou indiscriminadamente uma política de precarização, terceirização e de gratificação dentro do judiciário, ou seja, apesar do “salário” dos trabalhadores ser baixo, o Tribunal de Justiça força uma remuneração mais alta por meio de gratificações, remunerações variáveis e produtividade a fim de fomentar a dependência financeira do trabalhador e uma submissão ao chamado “patrão de plantão”.
Observe-se o quantitativo de trabalhadores que o Tribunal de Justiça possui hoje:
São 5977 (cinco mil, novecentos e setenta e sete) servidores efetivos, distribuídos entre primeiro e segundo graus. Ou seja, quase seis mil trabalhadores. Apenas para se comparar, abaixo segue a tabela do quantitativo de trabalhadores que ocupam cargos em comissão ou funções de confiança. Observe, são mais de 2300 (dois mil e trezentos)
Para ser mais preciso o Tribunal de Justiça está escondendo inúmeros dados. Primeiro que o Tribunal de Justiça apresenta a tabela com mais de um ano de atraso (a tabela acima é de novembro de 2013). Além disto, não estão aí computados os Técnicos de Suporte em Informática, os Distribuidores, os Coordenadores de Central de Mandados, e tantas outras funções. Também não estão aí computadas as gratificações especiais de artigo 85, com base no ANS-10/A, ou 100% do ANM-7/A, ou gratificação pelo desempenho de atividade extra-horário.
Além disto o Tribunal de Justiça não computa nestes dados os trabalhadores que já possuem VPNI em seus salários e que porventura não ocupem mais nenhuma função gratificada ou cargo de confiança. Ou seja, o percentual de 39,47% de cargo em comissão ou função de confiança (isto apenas entre os efetivos) pode ser muito maior se considerarmos os mais 824 (oitocentos e vinte e quatro) servidores exclusivamente comissionados, sem tratar magistrados é claro.
Assim, o percentual de satisfação de 42% dos trabalhadores com os seus vencimentos não está tão distante da realidade, já que oficialmente 39% dos trabalhadores efetivos possui algum cargo comissionado ou função gratificada, fora as gratificações especiais e outras funções que a DRH omite em seus relatórios.
Triste dos trabalhadores do judiciário catarinense que recebem exclusivamente seu vencimento básico. Se alguém observar os dados de folha de pagamento vai notar que o que se gasta em “vencimento” é muito menor do que a soma de todos os outros penduricalhos que muitos recebem.
Perfeito Claudio.
ResponderExcluirQdo vi isto tbm me perguntei o porquê.
Tua explanação torna tudo muito claro.
CSR
Ótima reflexão!
ResponderExcluirMuito didático e útil para lançar luz sobre esses números intrigantes.
Parabéns!
Vanessa
Bora pro Piaui....kakakakaka.... Santa Catarina é um dos piores salários e o mais aparelhado de todos. Ou seja, eles se preocupam mais com a tecnologia do que com o ser humano...bem coisa de magistrado....
ResponderExcluirservidor aposentado do TJ/SC com vergonha